Uma ação realizada pela prefeitura, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), tem auxiliado na redução da quantidade de pneus usados na Capital. Além de questões ambientais, o recolhimento do material, feito em parceria com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), evita a proliferação do mosquito da Dengue. Em três anos, a ação já encaminhou 77 mil pneus para reciclagem.

Vinte e cinco postos do DMLU recebem os pneus entregue pela população. O material é recolhido e levado ao Aterro da Zona Norte, onde não permanece por mais de uma semana, a fim de que não haja tempo de criação de resíduos. De lá, são levados à Companhia de Cimento do Brasil (Cimpor), localizada no município de Candiota, onde são utilizados nos fornos de produção.

Por sua grande capacidade de gerar energia, a utilização dos pneus ajuda na economia de combustível nos fornos que fazem o cimento e demandam grande quantidade de calor. A queima do material não é nociva e gera uma energia superior à do carvão. A prática destrói por completo o pneu, que não é degradável biologicamente, necessitando de fatores externos para se decompor, como radiação solar e ataques químicos.

O pneu não tem características corrosivas, tóxicas ou inflamáveis. No entanto, por ser abrigo para vetores urbanos, como o Aedes aegypti e ratos, exige um cuidado grande. "Não é um material perigoso. A questão principal é que ele junta outros resíduos que ameaçam a população", alerta o engenheiro químico do DMLU, Eduardo Fleck.

Recolhimento
No caso de empresas que utilizam grande quantidade de pneus, como transportadoras de carga, o material deve ser levado diretamente ao Aterro Norte. Mesmo com todos os cuidados no local, existe um projeto em andamento na Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) para construção de um galpão onde os pneus estarão mais seguros.

O DMLU faz o recolhimento do material no município, mas não pode se responsabilizar por pneus dentro de residências. "Para que continue o bom desempenho do acordo entre o DMLU e a Anip, é preciso que a comunidade colabore e entregue os pneus nas unidades do DMLU", explica o diretor-geral do departamento, Mário Moncks.

Anualmente, cerca de 23 milhões de pneus são produzidos no país. Destes, aproximadamente 20 milhões são transformados em sucata, aumentando o estoque de pneus velhos, atualmente estimados em cerca de 45 milhões. Existem outras possibilidades de utilização desse material, já cogitadas pelo DMLU, como a produção de asfalto.

(Prefeitura de Porto Alegre, 05/05/2008)