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emissão de ruídos
2008-05-06

“Sinto que vou ter a criança com o barulho dessa música”, disse uma jovem grávida ao sair do refeitório de uma empresa. E o ruído afeta a ambas. Uma professora me comentava que quando cortam a grama na universidade não pode dar aulas por causa do ruído da máquina de cortar grama. Outra, não consegue escutar por causa do ruído do estacionamento, e tanto ela como os estudantes têm que gritar. Nas escolas há o ruído das próprias aulas, de bandas de música e dos esportes. Um professor de música disse que tem problemas de audição, mas não quer que saibam. Um jovem de  um grupo musical sente zumbidos que o deixam estressado. Uma instrutora de dança tem que gritar, devido ao alto volume dos equipamentos de som. E outro controlador de um equipamento de som, desses com alto-falantes gigantes, à tarde está com dor de cabeça e enjôos.

Os técnicos e apresentadores de programas de rádio, igualmente, podem ser afetados. Também há ruído nos escritórios, com telefones fixos e móveis, impressoras, computadores, ar-condicionado, conversas. Não é que se esteja contra o desenvolvimento tecnológico, mas que, precisamente, devido ao desenvolvimento se deveria evitar tanto ruído. Também são afetados os vendedores ambulantes e estacionários que passam o dia entre a fumaças, o pó, o sol, a chuva, o vento e o ruído. Pobres crianças dos semáforos!

Tem gente que vai à academia para relaxar, mas o alto volume de som pode estressar. Isto afeta quem aí passa horas, não para relaxar, mas sim para trabalhar. Igualmente sucede em restaurantes e discotecas. A  publicidade ambulante leva o prêmio ao ruído mais estrondoso, em competição com as vendas onde instalam alto-falantes gigantes que em vez de atrair clientes, os correm.

Ao contrário do parece, há lugares onde também há barulho, como nos hospitais, e não  só nos seus escritórios ou serviços como lavanderia ou manutenção. Uma enfermeira comentou que sai cansada por causa do ruído dos nebulizadores. Outra disse que a serra de cortar ossos é ensurdecedora. Em outro hospital, disseram que o ruído da caldeira as deixa loucas. Uma odontóloga se queixou de terminar o dia aturdida.

Um dia comentei que os escritórios dos bancos pareciam os lugares menos barulhentos. Um senhor sorrio. Disse que aí se requer muita tranqülidade, porque se trabalha com contas e um simples erro pode ser fatal, mas o ruído de impressoras e telefones as vezes o descontrolava. E se vamos ao campo, o desenvolvimento tecnológico da agricultura já chegou com seu barulho. Os condutores de tratores ou quem trabalha perto de motores ou manejam motoserras, os condutores de veículos de carga e os fumigadores nos podem contar.

Já nem falamos do ruído na construção civil, na indústria, nos aeroportos. Ou em oficinas mecânicas, eletricidade, carpintaria. O que sofrem os coletores de lixo, com o ruído da caçamba do caminhão durante todo o dia. O risco dos bombeiros devido aos equipamentos, o alarme da ambulância; os fumigadores que nos andam livrando dos mosquitos; as motocicletas de tele-entrega. Os motoristas também são vítimas de seus buzinaços e o ruído da descarga, ou da carroceria e motor quando os veículos estão em mau estado. Igualmente, os frentistas dos postos, com o ruído das mangueiras.

Muitos destes problemas podem ser evitados. Já existem equipamentos médicos que não fazem ruído, como os nebulizadores. O mesmo acontece com os equipamentos odontológicos. Outras vezes se pode alternar as diferentes atividades, deixando as ruidosas  para quando haja menos trabalhadores na área, como podar a grama. A intensidade percebida do ruído das impressoras se pode reduzir, colocando-as num andar abaixo do escritório. O timbre dos telefones pode ser regulado. E em outros casos, simplesmente é evitável, como o barulho nos refeitórios e vendas com música a todo volume, ou dos aparelhos de ar-condicionado por falta de manutenção. No caso dos ruídos inevitáveis, devem-se usar protetores auditivos. Também é preciso cuidar para que sejam adquiridos equipamentos menos ruidosos, isto se poderia contemplar já a partir das cotações de preços ou licitações. O mais importante é prevenir.

Com uma exposição por vários anos, o risco de perda de audição é maior. Os trabalhadores e os sindicados, os empregadores, têm normas para a prevenção e controle do ruído. É preciso conhecer a legislação de segurança no trabalho, que pode ajudar a melhorar os ambientes laborais; e mesmo que tenha vazios quanto ao ruído, estes podem ser sanados com as convenções coletivas, os regulamentos, etc, já que a lei compreende somente disposições mínimas, que devem ser desenvolvidas. No trabalho se passa a maior parte do tempo, devemos procurar ambientes saudáveis e agradáveis para trabalhar, que satisfaçam material e espiritualmente. Assim, os empregadores também estarão tranqüilos.

(Por Doraldina Zeledón Úbeda*, El Nuevo Diário, tradução de Ulisses A. Nenê, EcoAgência, 05/05/2008)
*A autora é docente, comunicadora e jurista ambiental em Manágua, capital da Nicarágua. Participa da organização chamada “Solidariedade Ambiental” e do projeto “Paz Sonora”. doraldinazu@gmail.com 
 


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