O Piauí tem doze espécies de animais em extinção. São as aves (ararinha-azul, arara-azul grande e araponga do Nordeste) e os mamíferos (gato-do-mato-pequeno, gato-maracujá, gato-palheiro, jaguatirica, onça-pintada, perixe-boi-marinho, tamanduá-bandeira, tatu-bola e tatu-canastra).
O veterinário do Ibama no Piauí, José Lacerda Luz explica que o motivo das aves sofrerem mais ataques que os outros animais é uma questão de costume. “No Piauí não existe o hábito da caça e a alimentação de répteis como em outros Estados. Cerca de 97% dos animais apreendidos são aves e muitos destes animais também são mantidos em ambiente doméstico”.
As principais causas do desaparecimento dos bichos são a destruição da espécie e do habitat natural para a formação de áreas de pastagem e monoculturas, o comércio ilegal de animais raros através do tráfico e a criação em cativeiro. A cultura da soja no Sul do Piauí, por exemplo, é um fato recente de destruição do ambiente natural do Cerrado e de sua fauna nativa.
O Ibama no Piauí desenvolve o projeto “Liberdade e Saúde”, que por meio de um gibi, alerta a população sobre a ilegalidade do tráfico de animais e informa sobre as doenças transmitidas pelos bichos.
Trata-se de um trabalho ambiental feito com alunos do ensino fundamental das escolas públicas de Teresina, mas ainda não chegou no interior do estado, nem nas regiões onde há espécies em risco. “O projeto capacita professores com conhecimentos ambientais para que eles repassem isso para os alunos. A meta é atingir todas as cidades do Piauí, nas escolas públicas e particulares”, disse o veterinário.
Em todo o país são 100 espécies ameaçadas. Todas estas espécies foram catalogadas no livro “100 animais ameaçados de extinção no Brasil - E o que você pode fazer para evitar”, escrita pelo biólogo carioca Sávio Freire Bruno.
(Por Cíntia Lucas, Ibama/PI, 05/05/2008)