Mais de 200 casas ficaram submersas ontem em Taquara, no Vale do Paranhana. A situação mais crítica envolve os moradores do bairro mais populoso, o Empresa, onde cem casas do loteamento Olaria foram encobertas pelas águas do Rio dos Sinos, que avançou pelo município durante todo o dia. 'Faz mais de 30 anos que o rio não chega às margens da RS 020 e o nível das águas continua subindo', relatou o chefe de socorro do Corpo de Bombeiros de Taquara, sargento David Dias, que coordenou as remoções de barco da população atingida. Segundo ele, por volta das 18h, faltavam quatro dedos para a água cobrir a pista da RS 020.
O prefeito Cláudio Kaiser notificou a Defesa Civil Estadual, que decretará situação de emergência. 'Estamos preocupados, pois a tendência é que o nível do Sinos suba ainda mais durante a madrugada. A situação só se estabiliza após 48 horas que pára de chover em Riozinho.' Os 80 moradores do Balneário Municipal João Martins Nunes foram retirados de casa pelos bombeiros de barco.
Em Passo dos Ferreiros, ao longo da RS 020, em Taquara, dezenas de propriedades foram inundadas. Dos 5 hectares do sítio do aposentado Egon Weimer, 59 anos, apenas a casa ainda estava fora d’água no final da tarde de ontem. Levantamento preliminar aponta que 40% da cidade foi atingida.
Em Parobé, o rio Paranhana começou a avançar no final da tarde com rapidez. Segundo o chefe de socorro do Corpo de Bombeiros de Parobé, Vanderlei Batista, 300 famílias foram resgatadas no Distrito de Santa Cristina do Pinhal. 'Há risco de mais 150 casas ficarem na mesma situação', projetou.
(Por Mirella Poyastro, Correio do Povo, 06/05/2008)