Nos radares do governo, os ventos nunca estiveram tão favoráveis à retomada do Programa Nuclear Brasileiro. "Vai sair mais fácil do que se imaginava", avalia Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). "Dessa vez, deslancha o programa nuclear", aposta.
O aumento do preço do petróleo no mercado internacional e o debate sobre o aquecimento global estimularam a geração de energia elétrica em usinas nucleares, avalia o ministro Sérgio Rezende: "Discutir isso cinco anos atrás seria muito mais difícil".
Em 2004, Lula recebeu a primeira versão do documento de revisão do Programa Nuclear Brasileiro, mas adiou o assunto para o segundo mandato.
"Temos a sexta maior reserva de urânio do mundo e o domínio da tecnologia do ciclo do combustível, mas o aumento do custo de geração de energia por outras fontes térmicas e o fato de a energia nuclear não emitir gases de efeito estufa viabilizaram a retomada do programa", completou o ministro da Ciência e Tecnologia.
A Eletronuclear avalia que serão necessários alguns meses entre a emissão da licença ambiental e a retomada das obras da usina de Angra 3.
(Folha de São Paulo, 06/05/2008)