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2008-05-06

A vontade política, e não a inovação tecnológica, é que fará a diferença na discussão internacional sobre as mudanças climáticas, segundo o secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudança do Clima, José Domingos Miguez. Em entrevista exclusiva para o CarbonoBrasil, ele afirma que não é preciso esperar novas tecnologias, pois com as existentes já é possível promover um grande volume de reduções de gases do efeito estufa (GEE). “Só é preciso ter uma coordenação e vontade política de se fazer mais”, comenta.

Miguez diz que uma única tecnologia não vai resolver o problema da mudança do clima, pela própria natureza do problema. “A solução, na verdade, é agir em todos os setores e em todos os gases”, defende.

Projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) brasileiros na área de redução de óxido nitroso (N2O) e de metano (CH4) são alguns exemplos. “No setor industrial, foi reduzida a emissão de óxido nitroso a praticamente zero com apenas cinco projetos. É claro que são tecnologias que não existiam no Brasil, mas não são novas”, afirma.

No caso da suinocultura, o volume de redução de metano também é grande e foi alcançado com tecnologia desenvolvida no Brasil, pela empresa Sansuy em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Campus Jaboticabal. “Você não precisa necessariamente ter a tecnologia inovadora, que irá representar uma quebra de paradigma, para resolver o problema do efeito estufa. Você terá um portfólio que englobará tecnologias existentes, tecnologias inovadoras e a vontade política de fazer a redução”, explica.

Quando questionado sobre metas internas de redução de GEE, o secretário deixou claro que o Brasil se mantém firme na postura levada a Bali. “Claro que a negociação será dura, como em qualquer negociação onde os pontos de vista são diferentes. Mas o Brasil não vai assumir metas do Anexo 1. O Brasil não é Anexo 1 e nem propõe ser Anexo 1 por vários motivos”, enfatiza.

Miguez mantém o argumento da diferença do nível atual de crescimento de países desenvolvidos e em desenvolvimento como justificativa para a postura. “Os países em desenvolvimento estão em um estágio de desenvolvimento diferente deles (desenvolvidos), com a população crescendo, infra-estrutura sendo colocada e uma parcela muito significativa da população vivendo abaixo da linha da pobreza”, coloca.

Segundo o secretário, a prioridade do governo federal é acabar com a pobreza, por isso a insistência em não estabelecer nem limites de emissões de GEE ou mesmo metas de redução do desmatamento. “O fato de não ter meta não quer dizer que a gente não tem ação”, afirma. “Nós não causamos o problema e a nossa prioridade não é resolver o problema que foi causado pelos países desenvolvidos. Nossa prioridade é erradicar a pobreza. Então você tem uma maneira de ação diferente.”

Na entrevista, Miguez fala ainda da proposta levada pelo governo brasileiro à Convenção do Clima de Bali, dá sua opinião sobre um mercado de ecossistemas brasileiro e sobre o período pós-2012 e fala sobre o Plano Nacional de Mudanças Climáticas.

(Carbono Brasil, 05/05/2008)


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