A sede e dez de suas localidades tiveram prejuízos com lavouras, animais, equipamentos agrícolas, veículos e utensílios
Para moradores de Maquiné, o ciclone deixou um rastro de destruição imensurável. Foi registrada a perda de equipamentos agrícolas, lavouras, animais, utensílios domésticos e veículos. As localidades de Pedra de Amolar, Garapiá, Ilha, Barra do Ouro, Rio do Ouro, Cerrito, Encantada, Linha Vacaria, Mundo Novo e Linha Solidão estão sem acesso desde a tarde de sábado, segundo o prefeito de Maquiné, Pedro Baluk.
A comunicação com a população ilhada, estimada em 5 mil pessoas do total de 7,3 mil moradores do município, era possível apenas por telefones celulares. Sem informações precisas, prefeito, Brigada Militar e integrantes do Corpo de Bombeiros da cidade, apoiados por colegas de Capão da Canoa e Terra de Areia, reunidos na prefeitura, esperavam o volume das águas dos mananciais baixar para socorrer a população. Desde a tarde de sábado, um mutirão socorreu, com um pequeno barco a motor e coletes salva-vida, pelo menos 40 pessoas da localidade denominada Ilha.
Com dificuldade, moradores tentaram salvar porcos, cavalos e outros animais.
A desolação do mecânico Lauro Edson Dewes e da sua mulher, Glori, em um pequeno barco a motor, no centro de Maquiné, comoveu outros moradores. Ontem à tarde, o casal verificou o que restou da propriedade na localidade de Ilha, inundada pela segunda vez em 14 meses. Glori voltou chorando. Salvou, ao deixar a casa com água pela cintura, seus quatro cachorros. O marido salvou pertences dos clientes, deixados para conserto, para não sofrer prejuízos maiores, como ocorreu no ano passado com seis tratores destruídos pela água.
(Correio do Povo, 05/05/2008)