A direção da MPX nega que a termelétrica do Pecém vá causar danos ambientais ou sociais à localidade, como afirma a Defensoria Pública do Ceará.
"Estamos preocupados em fazer mais do que o dever de casa", disse o diretor de Novos Negócios e Meio Ambiente da MPX, Paulo Monteiro. "Não vamos só cumprir as regras, vamos investir para compensar qualquer impacto ambiental que possa haver", afirmou.
Segundo ele, 20% dos R$ 2 bilhões que serão investidos no projeto serão destinados à compra de equipamentos ambientais, para minimizar ao máximo a emissão de gases e metais poluentes no ar.
Para o CO2, Monteiro afirma que não há equipamentos para contê-lo, mas diz que a MPX vai investir em um projeto piloto em que serão instaladas piscinas de algas que se alimentam de dióxido de carbono.
De acordo com o professor da UFC (Universidade Federal do Ceará) Osvaldo Carioca, responsável pelo projeto, as algas vão capturar 30% do CO2 liberado pelo consumo do carvão.
Segundo o defensor público Thiago Tozzi, autor da ação que tenta anular a licença ambiental do projeto, a idéia da piscina de algas não consta do relatório de impacto ambiental produzido pela empresa.
Monteiro também negou que o consumo de água pela termelétrica possa comprometer o abastecimento local.
"Não é quase nada de água. O consumo é ínfimo e já recebemos a outorga da Cogerh [Companhia de Recursos Hídricos do Ceará] para usá-la", disse ele.
A Cogerh deu uma outorga à MPX de 500 l/s, volume que será usado na primeira etapa da termelétrica, para a geração de 720 MW de energia. Para a segunda etapa, serão necessários mais 300 l/s de água, segundo Monteiro.
A Semace (Superintendência Estadual de Meio Ambiente do Ceará) disse que o processo para a concessão da licença ambiental é rigoroso, condicionado a medidas mitigadoras e a planos de monitoramento ambiental, e que foram realizadas audiências públicas para a discussão do projeto com a comunidade local.
(Folha de São Paulo, 05/05/2008)