O Congresso Nacional realiza sessão solene conjunta, nesta quinta-feira (08/05), às 10h, para comemorar a primeira participação do Brasil no 4º Ano Polar Internacional, que reúne um conjunto de ações científicas no Ártico e na Antártica. O programa envolve mais de 200 projetos, com milhares de cientistas de mais de 60 países que analisam uma série de tópicos nas áreas da física, da biologia e da pesquisa social.
Organizado pelo International Council for Science e World Meteorological Organization, o Ano Polar 2007/08 está em sua quarta realização - os primeiros eventos ocorreram em 1882/83, 1932/33 e 1957/58.
Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), equipes de pesquisadores serão enviadas pelos países participantes para a execução de pesquisas de vanguarda, a fim de examinar processos ambientais no Ártico e na Antártica, bem como as ligações dessas regiões com as demais áreas do planeta. Esse esforço mundial, multi-institucional e interdisciplinar, aumentará a habilidade dos pesquisadores para detectar mudanças ambientais e avaliar suas conseqüências socioeconômicas, segundo o Inpe.
Pelo fato de o Brasil nunca ter participado do Ano Polar, esteve ausente de importantes decisões internacionais sobre o Ártico e a Antártica - que representam aproximadamente 10% da área do planeta, de acordo com o Inpe. O Ministério da Ciência e Tecnologia está organizando um Comitê Nacional de Pesquisas Antárticas (Conapa), destinado a acompanhar e apoiar as atividades científicas durante o Ano Polar Internacional.
O Inpe informa que, até o momento, pesquisadores brasileiros já apresentaram mais de 40 propostas de ações nas diversas áreas de pesquisas para o Comitê Científico Internacional de Pesquisas Antárticas, envolvendo ciências físicas, ciências da vida e geociências. O próprio Inpe já se organizou e apresentou proposta ao Comitê Científico Internacional, com atividades na região Antártica e na América do Sul, cujos projetos vão até 2009. Os resultados científicos deverão ser divulgados a partir de 2008, com as conclusões finais em 2010, de acordo com a instituição.
As atividades do Inpe contam com a colaboração de outros dez países e têm a coordenação dos pesquisadores Neusa Paes Leme, da Divisão de Geofísica Espacial, e Hisao Takahashi, da Divisão de Aeronomia, com a participação de outros dez pesquisadores do instituto, além de técnicos e estudantes. Essas pesquisas estudam a alta, média e baixa atmosfera, enfocando a dinâmica da atmosfera, camada de ozônio, meteorologia, aquecimento global, gases do efeito estufa, radiação ultravioleta, relação sol-atmosfera, transporte de poluição e oceanografia.
Segundo informações do Ministério da Ciência e Tecnologia, a comunidade científica brasileira contará ainda com a participação direta de pesquisadores de mais de 30 universidades públicas e privadas e de centros de pesquisa, num total de 28 projetos. Para tanto, o ministério disponibilizou recursos da ordem de R$ 9,2 milhões, provenientes de ações dos Fundos Setoriais a serem empenhados em dois anos e repassados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O acompanhamento das atividades científicas, segundo o ministério, será feito pela Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), cujo secretário é o coordenador do Conapa. Neste ano, em que o Brasil marca intensa participação no Ano Polar Internacional, comemoram-se também os 25 anos consecutivos da atuação brasileira na Antártica, com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), de acordo com o ministério.
A sigla do Ano Polar Internacional em Inglês é International Polar Year (IPY), e o site para consulta sobre o evento de 2007/08 é: http://www.ipy.org/ .
(Por Helena Daltro Pontual, Agência Senado, 02/05/2008)