Um novo levantamento mostra que terras indígenas são eficientes em conter o avanço da grilagem e do desmatamento. Na maioria delas, o desmate acumulado até 2006 é igual ou menor que 1% de sua área, informa reportagem publicada pela Folha neste domingo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Os cálculos foram feitos a pedido da Folha pelo ISA (Instituto Socioambiental), com base em dados de desmatamento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Eles consideraram 24 terras indígenas que fazem fronteira com outros países e que têm 50% ou mais de sua área mapeada pelo Prodes, sistema do Inpe que faz o cálculo da área desmatada.
O mapeamento do ISA mostra que, dessas 24 áreas, apenas uma registra desmatamento maior que 20%, percentual máximo permitido por lei na Amazônia. Trata-se da terra indígena Tukuna Umariaçu, de cerca de 4.900 hectares, no Amazonas.
Os maiores exemplos do papel de proteção das áreas indígenas estão nos Estados onde a ocupação humana é mais intensa: Rondônia e Acre, com uma terra indígena (Sagarana, vizinha a uma zona de cerrado) com 13% de sua área desmatada e todas as outras com desmatamentos totais menores que 2% --no caso do Acre, menores que 1%.
(Folha Online, 04/05/2008)