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lavoura de trigo
2008-05-04

Município de Goiás estende-se por um platô acima dos 850 metros de altitude, o que garante o clima propício para o trigo durante a estação seca

O fim da estação chuvosa no Centro-Oeste, nos últimos dias de abril, marcou o início do plantio de trigo, especialmente em Cristalina, 160 quilômetros ao sul de Brasília, onde está a maior área irrigada da América Latina. O município virou uma espécie de novo eldorado do trigo porque se espalha por um platô acima dos 850 metros de altitude e, na estação seca, a temperatura fica quase sempre abaixo de 18 graus centígrados.

A previsão é de que só em Cristalina serão cultivados nos próximos quatro meses 12 mil hectares de trigo de altíssima qualidade, com produção prevista de 72 mil toneladas.

O município tem 634 mil hectares, dos quais 43,7 mil são irrigados por pivôs, abastecidos na sua maioria em represas construídas pelos produtores. Os maiores pivôs são capazes de irrigar áreas de até 120 hectares. Outros 45 devem entrar em operação na atual estação seca, o que elevará o número de pivôs para 553 e a área irrigada para 47 mil hectares. O giro dos pivôs e a vazão da água são controlados por computador.

"Se houver incentivos do governo para o produtor de trigo, empenho e investimentos nas pesquisas para qualificar cada vez mais o produto e quem planta, poderemos chegar a 120 mil hectares só em Cristalina", diz Alécio Maróstica, presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). Ele próprio vai plantar 60 hectares de trigo.

Apesar da fama recente conquistada com a plantação e a produção de sementes especiais de trigo, Cristalina - que ganhou esse nome por causa da extração de cristais e pedras preciosas - é também área privilegiada para outras culturas: é hoje o maior produtor de alho do País, com 1,2 mil hectares, e um dos maiores de cebola, batata, milho doce para conserva, ervilha, tomate, cenoura, beterraba e pimentão.

Leonardo Mendonça, um dos maiores produtores de soja do País, usou 12 mil hectares no município para o plantio de soja para sementes. A soja ocupou 210 mil hectares de terras em Cristalina na safra 2007/2008.

Com o milho foram plantados 80 mil hectares; feijão, 12,5 mil; algodão, 4,3 mil; arroz, 3 mil; e café, 2,5 mil. Para a produção de abóbora cabutiá destinada à exportação para o Mercosul, a cidade tem 500 hectares plantados. Cristalina conta ainda com 130 mil cabeças de gado.

Esse número deverá aumentar, pois os produtores já se preparam para o rodízio entre a pecuária e a agricultura, conforme orientam as técnicas mais modernas de produção no campo - depois de uso continuado do solo com soja e milho, na chuva, e do trigo, na seca, recomenda-se o de capim, que passará a servir para alimentar o gado. Em seguida, o capim deverá ceder lugar para novo plantio de grãos. Sua raiz, que penetra até 1,2 metro no solo, passa a servir de dreno para a água da chuva.

Na região de Cristalina usa-se o plantio direto da semente, de forma que o arado passou a ser considerado como peça de museu. "As novas técnicas levam ao plantio direto, porque as raízes da planta já colhida guardam nutrientes e aeração necessários para a outra que chega. Desse modo, o solo não se degrada. Adeus, arado", afirma o agrônomo Renato Caetano, da Cooperativa dos Médios Produtores de Cristalina, que presta consultoria para os plantadores de trigo.

PLANTIO ENJOADO

"É preciso investir muito em pesquisas. Só isso possibilitará ao Brasil buscar a auto-suficiência na produção de trigo", diz Alécio Maróstica. Ele acredita que o futuro do trigo está no Centro-Oeste. "Sou de uma família que sempre trabalhou com o plantio de trigo. Meus familiares ainda produzem trigo na região de Maringá, no Paraná. Mas a grande produção tem futuro no Centro-Oeste", diz. "Aqui, as estações do ano são muito bem definidas, o que possibilita o planejamento."

"O plantio do trigo é enjoado. Ele não pode ser colhido com chuva", lembra Renato Caetano. "Por isso, a cultura irrigada possibilita a produção de muita qualidade. Mesmo assim, o momento de parar a irrigação para aguardar o da colheita é decisivo. Um erro de cálculo de um ou dois dias pode influir muito na maturação do grão."

As sementes plantadas em Cristalina são fornecidas pela Embrapa e têm quatro variações - BRS 22, 42, 254 e 264. Cada uma serve para o tipo de farinha que se pretende fazer. As mais puras são destinadas à panificação; outras, para biscoitos e pizzas. "É durante o plantio que o produtor decide como será a farinha produzida", afirma Caetano.J.D.

(O Estado de São Paulo, 04/05/2008)


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