Relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que as principais vítimas das mudanças climáticas são as crianças que vivem nos países mais pobres do mundo. A organização fez ainda um pronunciamento pedindo medidas urgentes. O documento “Nosso clima, Nossas crianças, Nossa responsabilidade” é responsável por medir as ações realizadas para cumprir os Objetivos do Milênio propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entre as determinações, está a erradicação da fome de crianças mais pobres para 2015. O texto, no entanto, apresenta falhas nas áreas de saúde, educação e igualdade de gênero.
Segundo o relatório, o aquecimento global pode matar cerca de 40 mil a 160 mil crianças por ano, na Ásia e na África subsaariana, contribuindo para a redução do crescimento econômico. O texto reitera ainda que, caso as temperaturas ultrapassem dois graus Celsius nos níveis pré-industriais, cerca de 200 milhões de pessoas ao redor do mundo poderiam passar fome. O número deve aumentar para 550 milhões, de acordo com o documento, se a temperatura chegar a ultrapassar três graus Celsius.
“É evidente que um erro nas tentativas de resolver os problemas climáticos se converte em um erro no que se refere à proteção da infância. As crianças que vivem nos países mais pobres, as que menos contribuem para o agravamento dessas mudanças globais, são as que mais sofrem as conseqüências”, declarou o diretor da Unicef na Inglaterra, David Bull.
O documento também afirma que os danos econômicos oriundos da mudança climática obrigarão os pais a retirarem seus filhos das escolas para economizarem em água e gasolina. As alterações no ambiente provocadas pelo aquecimento global ainda podem contribuir para a expansão de doenças fatais, como a malária, que mata atualmente 800 mil crianças por ano, como informou o relatório.
(Ambiente Brasil, 03/05/2008)