De forma voluntária, Brandão percorre alguns pontos estratégicos para a vigilância epidemiológica
Desde o dia 20, Fazenda Vilanova está sem profissional responsável pelo combate ao mosquito Aedes aegypti
Fazenda Vilanova - Desde o dia 20 de abril, o agente epidemiológico João Cláudio Brandão, conhecido desde 2005 como "soldado" do combate à dengue, deixou de ser visto nas ruas do município. Como o seu contrato de servidor municipal encerrou-se nessa data, a continuidade dos seus serviços necessita de aprovação da Câmara de Vereadores. Enquanto o projeto aguarda votação, Fazenda Vilanova segue sem um agente responsável pelo controle dos focos do Aedes aegypti.
Mesmo após o término do seu contrato com a prefeitura, Brandão visitou algumas das cinco armadilhas espalhadas pela cidade. "Fiz de graça, por boa vontade", conta. Mas os pontos estratégicos, como borracharias, lojas de material de construção e locais em que há acúmulo de poças d’água, deixaram de ser controlados pelo município. As larvas do inseto devem ser coletadas semanalmente para que sejam enviadas à 16ª Coordenadoria Regional de Saúde. Somente em 2008, 85 tubitos foram remetidos para análise laboratorial.
Vigilante epidemiológico desde 2005, Brandão se orgulha de que, nos últimos três anos, nenhum foco do mosquito foi encontrado no município. Devido ao seu trabalho, já se tornou conhecido de moradores e empresários. "Conheço rua por rua e casa por casa de Fazenda Vilanova", comenta. O alerta para a comunidade também é feito na forma de palestras em escolas e panfletagem nos bairros.
Incentivado pelo fiscal Antônio Gonthorski, mantém em ordem os pneus que são recapeados às margens da BR-386, na entrada do município. Tanto que as 500 unidades que diariamente chegam à sua oficina, vindas de vários municípios do Vale do Taquari, não ficam mais do que oito dias no local. A cada chuva, o proprietário não deixa a água se acumular. "Se todo mundo fizesse o que eu faço não estaríamos nessa situação", diz, lembrando a epidemia ocorrida em outras cidades e salientando a importância da cobrança exercida pelo agente epidemiológico da prefeitura.
Câmara
A situação deve voltar ao normal na segunda-feira, data da próxima sessão ordinária do Legislativo. Pelo menos é o que espera o presidente da Câmara, Hilário Roloff (PDT). Na ocasião, o secretário de Saúde e Assistência Social, José Luiz Laureano, deverá explicar a necessidade da contratação aos parlamentares. De acordo com o presidente, os vereadores já autorizaram a renovação por três vezes, o que, segundo ele, é ilegal. Roloff acredita que o correto seria a realização de um concurso para preencher a vaga. Apesar de não concordar com o sistema utilizado pelo Executivo, o vereador afirma não ser contra o combate ao mosquito da dengue.
(Por Danton Boattini Júnior, O Informativo do Vale, 02/05/2008)