Área próxima à sanga foi cercada
O engenheiro responsável pelo projeto da pista de kart do Parque do Chimarrão, Celso Knies, afirmou que não tinha conhecimento sobre o processo de licenciamento. Recentemente, a obra foi multada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) por invadir uma Área de Preservação Permanente (APP). A Prefeitura recebeu uma multa pela construção e pelo fato de o Parque estar com a Licença de Operação vencida.
Conforme Knies, ele foi o responsável pelo projeto e pelo orçamento da construção do kartódromo. Mas outra pessoa estava encarregada de obter a licença junto aos órgãos competentes. “O problema é que o projeto de licenciamento não passou por mim”, diz, completando que apenas cumpriu ordens. O engenheiro preferiu não informar quem estava responsável pelo licenciamento.
O presidente do Venâncio Kart Club (VKC), Fagner Schwengber, afirma que não foi derrubada nenhuma árvore para a construção da pista de kart e que não obtiveram autorização dos órgãos ambientais competentes porque todo o Parque do Chimarrão está em situação irregular. “Como todo mundo sabe, o parque todo não tem autorização. O local (da pista) na verdade está um metro fora do padrão”, diz, explicando que a construção invade em um metro a APP.
Antes do início das obras, explica Schwengber, o projeto foi modificado para se adequar às distâncias exigidas. No entanto, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) teria informado que a APP compreende uma distância de 30 metros do curso d'água. Apenas durante a fiscalização da Fepam que teriam sido comunicados que essa distância deve ser calculada com “a sanga cheia”. Por esse erro, diz o presidente, a distância preservada está inadequada.
Cerca
O presidente do VKC faz questão de ressaltar que nenhuma árvore da APP foi derrubada para a construção da pista. Além disso, ele acredita que hoje a sanga está até mais protegida do que antes da obra. “A gente não invadiu mato, tem uma distância boa da sanga. Onde a gente fez a pista ainda fez cerca de proteção”, explica, afirmando que com a tela não será possível o acesso ao curso d'água, preservando a vegetação das margens.
(Por Rozana Ellwanger, Folha do Mate, 01/05/2008)