Moradores de Joinville reclamam da forma como é feito o trabalho. Celesc diz que o corte evita acidentesEm Joinville, quando as árvores plantadas nas calçadas amanhecem apenas com o toco, o corte pode ser obra da Prefeitura ou das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc). Muita gente reclama de ter a árvore em frente à sua casa podada. É o caso do empresário Walter Capobianco, que mora no bairro Saguaçu.
"Plantei essa árvore há 17 anos, sempre cuidei para cortar os ramos na época certa, com ferramentas certas. E ela apareceu toda cortada a facão há cerca de uns 15 dias. Poderiam gastar um pouco mais para fazer uma coisa decente", sugere.
Os responsáveis pelo corte foram funcionários de uma das duas empresas contratadas pela Celesc em Joinville para podar árvores que ameaçam a fiação elétrica. A Celesc justifica: a poda evita acidentes. Isso ocorre quando os galhos tocam ou ficam perto da fiação suspensa nos postes de luz. A rede de baixa tensão fica a pouco mais de dois metros do solo; já a de alta tensão, a cerca de 3,5 metros.
De acordo com o supervisor de manutenção da agência regional da Celesc Jefferson Arantes, o corte de árvores é feito quando a Prefeitura e os moradores não tomam a iniciativa. Para o corte são usados motosserras, facões e machados. A poda tem de ser em formato de "V", com galhos espaçados em posição horizontal.
A distribuidora recomenda que apenas arbustos sejam plantados sob a fiação elétrica. Cuidado é pouco ao escolher as espécies. "Ocorre de uma árvore ficar tão grande que o próprio morador pede a poda. E quando o diâmetro do tronco é grande, a Celesc não tem como cortar", avisa Arantes.
A Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) cuida de mais de 80 mil árvores plantadas em locais públicos. A gerência de manutenção de áreas públicas tenta fazer a poda preventiva, mas, muitas vezes, não chega a tempo. Daí a necessidade de cortes mais drásticos. "Temos de manter as árvores curtas em áreas de circulação, como pontos de ônibus", diz o gerente Reginaldo Rosa. A Prefeitura aconselha o plantio de espécies de porte pequeno, como hibiscos e ipês.
(Camille Cardoso, A Notícia, 02/05/2008)