A Floresta Nacional do Tapajós e a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizadas no Pará, foram visitadas nesta quarta-feira pelo ministro do Meio Ambiente da Alemanha, Sigmar Gabriel, acompanhado da secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecília Wey de Brito, representando a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O ministro está no Brasil em visita oficial, esta semana, acompanhado por uma delegação de parlamentares e outras autoridades do governo e ongs. Durante a visita, o Ministério do Meio Ambiente apresentou os projetos desenvolvidos para apoio das comunidades e povos tradicionais, que vivem da exploração sustentável dos recursos da floresta.
A conservação da biodiversidade é uma das áreas de maior interesse da comunidade internacional e o principal tema da 9 Conferência das Partes (COP-9) da Convenção sobre Diversidade Biológica, que acontece em maio deste ano, em Bonn. Na reunião, serão discutidas as regras para a criação de um regime internacional de acesso aos recursos genéticos e repartição de benefícios, tema de especial interesse de países megadiversos como o Brasil.
Cecília destacou que a delegação visitou duas áreas para as quais é essencial que os recursos naturais sejam cuidados e valorizados. "No âmbito internacional, isso pode ser feito por meio do estabelecimento do regime de repartição de benefícios. Internamente, um caminho é o Projeto de Lei de Acesso a Recursos Genéticos, em fase de consulta pública", afirma.
A Flona do Tapajós é uma Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável é um bom exemplo da riqueza da biodiversidade brasileira. Em seus 545 mil hectares - 20 vezes o tamanho do maior parque alemão - abriga seis tipos de floresta, além de 40 espécies de mamíferos, uma grande variedade de répteis e anfíbios e 224 espécies de aves. Nela vivem 30 comunidades, o equivalente a cerca de sete mil pessoas, segundo Daniel Penteado, chefe da Flona. Durante a visita, na comunidade de Jamaraquá, os alemães conheceram diversos projetos desenvolvidos na região, como o Oficinas Caboclas do Tapajós, que produz móveis com o aproveitamento de restos de madeira.
Na Resex Tapajós-Arapiuns, que abriga 3,5 mil famílias, o equivalente a 21 mil pessoas, divididas em 70 comunidades, a delegação visitou a comunidade de Suruacá, administrada de forma conjunta pelo Governo Federal e populações tradicionais. A principal forma de subsistência da população é a extração de óleos de árvores como andiroba, copaíba e castanha do Pará. "O potencial fitoterápico da região é bastante significativo", informou a chefe da Resex, Rosária Sena. Além disso, é tradicional o artesanato de palha de tucumã e sementes. As autoridades plantaram quatro árvores na comunidade.
Na terça-feira, em reunião em Alter do Chão (distrito de Santarém), o diretor de Articulação da Amazônia do MMA, Ronaldo Veigan, apresentou informações sobre dois projetos desenvolvidos pelo governo brasileiro na Amazônia, o projeto Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e o Programa Piloto de Proteção as Florestas Tropicais (PPG7). O PPG7, iniciado em 1995, já implementou 473 projetos demonstrativos e capacitou mais de 18 mil famílias. O Arpa criou até agora 22 milhões de hectares de novas UCs e está apoiando a implementação de outros 8,3 milhões de hectares em UCs já existentes.
(Por Gisele Teixeira,
MMA, 30/04/2008)