A Procuradoria Geral de Rondônia entregou em Brasília documentos e um vídeo que indicam, segundo o governo estadual, que órgãos de fiscalização "fariam vista grossa" em relação à extração ilegal de madeira nas terras Sete de Setembro enquanto os índios suruí não recebessem investimentos.
As gravações, diz o governo, foram feitas em 19 de agosto e 1º de setembro de 2005 em reuniões da comunidade suruí com a Procuradoria da República em Rondônia, o Ibama e a Funai.
"Queremos que a União apure se houve conivência dos órgãos federais com a extração de madeira", afirma o procurador-geral do Estado, que esteve em Brasília para entregar o material a órgãos.
O procurador da República Reginaldo Trindade confirmou presença na reunião e negou que tenha sido conivente. O vídeo apresenta o líder Almir Suruí defendendo a paralisação da extração, mas, segundo as gravações, ele foi derrotado pela maioria. Almir não foi localizado. A Funai diz ter tomado providências para conter a extração. O Ibama não falou.
(Folha de São Paulo, 01/05/2008)