Em entrevista ao jornal britânico, Gabrielli afirma que desafios são superáveis.
A Petrobras está confiante na exploração da reserva de petróleo Carioca, segundo entrevista do presidente da empresa, Sérgio Gabrielli, publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times.
"Em mais de 2.000 metros de água na costa do Brasil, a Petrobras, a empresa nacional de petróleo do Brasil, está perfurando o que pode se tornar um dos mais importantes poços de petróleo dos últimos anos", abre a reportagem do FT.
Segundo o jornal, Gabrielli disse que a perfuração deve dar uma boa idéia sobre o tamanho da reserva descoberta recentemente, mas o verdadeiro potencial só deverá ser conhecido dentro de cerca de três meses.
"Enquanto Gabrielli adverte que a exploração ainda está bem no início, ele disse que as reservas potenciais das águas profundas do Brasil poderiam ser 'enormes' e que ele não acredita que a Petrobras deve enfrentar 'desafios insuperáveis' na produção do petróleo encontrado", diz o FT.
O jornal britânico comenta a alta das ações da Petrobras depois do anúncio da reserva e das estimativas de que a Carioca poderia ter 33 bilhões de barril de petróleo. "Isto faria desta uma das maiores reservas já descobertas, com petróleo suficiente para suprir a demanda global por mais de um ano."
A estimativa dos 33 bilhões de barris foi lançada pela revista World Oil, e o autor do artigo, o consultor da área de petróleo Arthur Berman, reconheceu que o número é "altamente especulativo", mas "um palpite crível", afirma o jornal.
"Ele disse ao Financial Times que calculou o número usando um mapa da estrutura geológica para avaliar o tamanho da área com potencial de petróleo, que ele acredita ser cinco vezes maior que a área da estrutura do campo da reserva Tupi, outra descoberta da Petrobras em águas profundas a nordeste da Carioca, cuja estimativa é de que contenha enter 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo explorável."
O potencial da Carioca foi calculado multiplicando por cinco a média estimada na Tupi.
"Berman afirma que o poço em perfuração na estrutura BM-S-9 seria uma importante fonte de informação adicional, mas mesmo depois dos resultados, as estimativas sobre o tamanho da Carioca permaneceriam 'altamente especulativas'."
O jornal ainda ressalta a dificuldade da exploração tanto na reserva Carioca como na Tupi por elas serem localizadas abaixo de uma camada de sal, que cria problemas nas análises sismológicas.
"Gabrielli acredita que os problemas são solucionáveis. 'A maioria dos problemas técnicos que vamos enfrentar já têm solução desenvolvida, mas não temos experiência com todos esses sistemas funcionando ao mesmo tempo', disse ele. 'Mas não acredito que sejam desafios insuperáveis'."
(G1, 30/04/2008)