Pesquisa realizada com estudantes de Administração de Empresas da Universidade de São Paulo (USP) e de faculdades privadas mostra que a empresa dos sonhos não é apenas grande porte, mas também ecologicamente responsável. O levantamento foi elaborado pela Quorum Brasil, empresa que faz pesquisas estratégicas para o setor privado. Foram entrevistados 200 alunos (de até 29 anos) do último ano da graduação, entre março e abril. A metade desse número estuda na Faculdade de Economia e Administração (FEA), da USP.
As conclusões apontam para uma realidade otimista: a juventude de hoje passou a assimilar a importância do meio ambiente e da responsabilidade social. Seja por altruísmo, seja por pressão, os questionários apontam também que trabalhos sociais são importantes na hora de pleitear um emprego. A maior parte dos recém-formados, que ingressaram em programas de trainees nos últimos anos, tinham trabalhado em ONGs ou em defesa do meio ambiente.
Além da preocupação com o meio ambiente (98% dos respondentes), os alunos dizem que gostariam de trabalhar em empresas abertas para ouvir opiniões dos funcionários (95%). Quando questionados sobre o que seria uma vida de sucesso, estudantes dos dois sexos não diferem muito. Mas chama a atenção o fato de mais mulheres (54%) assinalarem a resposta “realização profissional”. Entre os homens, o índice ficou em 51%.
A pesquisa identificou algumas diferenças entre as respostas dadas pelos alunos da USP e das instituições privadas, todas elas voltadas para um público das classes mais baixas. Entre os alunos da USP, a maior parte cita a área de atuação da empresa e os benefícios oferecidos por ela como os pontos mais importantes.
Os estudantes do outro grupo também valorizam os benefícios, mas a maioria busca empresas que ofereçam para eles perspectivas de crescimento. O setor industrial é o preferido para 36% dos formandos de universidades privadas; na USP, só 15% deram essa resposta. A maior parte, 37%, opta pela área de serviços ou finanças.
Compromisso - Trabalhar com o público interno tornou-se imprescindível para as empresas que buscam consolidar suas marcas como sustentáveis. Mais do que defender a organização, funcionários e colaboradores devem ser estimulados a adotar os valores e comportamentos éticos que a empresa pretende fundamentar suas práticas socioambientais.
Para o diretor de Comunicação Corporativa da Fiat, Marco Lage, nenhuma empresa conseguirá alcançar metas socioambientais (tal como qualquer outra meta) sem a participação dos funcionários. “As organizações são pessoas. Se elas não tiverem motivações pessoais, dificilmente a empresa chegará aos seus objetivos”, disse.
Na prática da Fiat, de acordo com o diretor, a etapa objetiva para a conscientização dos colaboradores foi a criação de um comitê de desenvolvimento sustentável, que passou a elaborar planos voltados aos 22.142 funcionários. “Não se constrói um programa de sustentabilidade com foco em um público A ou B. É preciso criar formas transversais para chegar a todos eles”, argumentou.
Independentemente do tema a ser passado para a equipe, a gerente de Comunicação Interna e Endomarketing da Atento, Ana Cristina Santos, garantiu que é importante fazer com que os funcionários participem das fases de produção dos materiais. “Funcionário tem tanta importância quanto o cliente”, advertiu.
Na Atento, os colaboradores participam dos projetos de comunicação interna, sugerindo, pautando, produzindo e estrelando as peças. “Trabalhamos com nossas próprias vivências para nos entendermos como grupo”. Nesse contexto, a colaboração dos funcionários traz benefícios à marca, à produtividade e à dinâmica entre os colaboradores.
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Envolverde/GIFE, 30/04/2008)