Ao falar como líder do PMDB, o senador Valdir Raupp (RO) foi novamente à tribuna, nesta terça-feira (29/04), pedir a construção do gasoduto ligando a bacia do Urucu a Porto Velho. O parlamentar disse não entender porque a obra ainda não foi construída e lamentou que a Petrobras ainda imponha óbices à sua efetivação.
Raupp leu reportagem publicada no último dia 20 pelo jornal Folha de S. Paulo com o título "Amazônia é nova fronteira de exploração petrolífera em terra". Lembrou que são retirados 53 mil barris por dia de petróleo ultraleve em Urucu, mas que sua maior riqueza é o gás, com reservas de 100 bilhões de metros cúbicos (m³).
O líder do PMDB recordou que há seis anos pede a construção do gasoduto e que até havia parado de falar no assunto "porque estava ficando chato". Afirmou que a Petrobras agora dá nova desculpa para não construir o gasoduto, afirmando que Rondônia ficará com a energia das hidrelétricas em implantação no Rio Madeira.
- Rondônia vai ganhar as obras, mas não a energia. As usinas não sairiam se fosse para abastecer apenas Rondônia - afirmou Raupp, informando que o estado sequer foi incluído com destinatário da produção na primeira licitação de energia proveniente daquelas usinas e que 99% da produção será direcionada para os centros industriais do país.
O representante de Rondônia disse não ser verdadeira a alegação da Petrobras contra o gasoduto, segundo a qual não haveria demanda no estado. Raupp informou que os 2 milhões de m³ de gás poderiam abastecer uma usina termelétrica que gera 400 megawatt (MW) por dia, que demanda 1,5 milhão de m³ por dia. Lamentou que a Petrobras tenha de reinjetar nos poços 6 milhões dos 10 milhões de m³ diários que tira de Urucu, por falta de demanda que haveria com a construção do gasoduto.
(Por José Paulo Tupynambá, Agência Senado, 29/04/2008)