Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP)
Autor: Dalmo Dippold Vilar
Contato:
ddvilar@ig.com.br Resumo:
Nessa pesquisa, a metodologia da Arqueologia Industrial permitiu a análise da cultura material, da ordem urbana implantada no final do século XIX, na cidade de São Paulo, que proporcionou, uma nova configuração da vida aos seus cidadãos, com mudanças de comportamento, decorrentes da introdução de estruturas de saneamento, com a adoção de novos materiais construtivos e a conseqüente melhoria das condições de higiene e saúde, que atenderam as aspirações da elite dirigente. É fundamental a compreensão da atuação das empresas que chamaram a si, a importante tarefa da captação e distribuição de água para sua população, a Companhia Cantareira de Águas e Esgotos, fundada em 1877, de capital privado, encampada, em 1893, pela Repartição de Águas e Esgotos, com diretrizes diversas na tentativa de solucionar o problema, que já se tornava endêmico na capital paulistana. Nesse esforço concentrado, foram construídos na Serra da Cantareira, obras consideradas verdadeiros desafios para a engenharia da época, como reservatórios de acumulação, represas, aquedutos, e linhas adutoras, que chegavam à rede distribuidora, formando uma verdadeira artéria ao longo da cidade. Para o resgate dessa "herança da água", hoje praticamente abandonada, foi necessária a elaboração de um inventário, onde se registrou, a localização, o estado atual, suas alterações ao longo do tempo, que resultaram na proposição de medidas de proteção e salvaguarda desse patrimônio. Nesse contexto, é possível compreender até onde a São Paulo daquela época, que ocupava uma posição de dependência tecnológica em relação às outras metrópoles, com a importação de equipamentos hidráulicos, começa a esboçar uma reação, que incentiva a indústria paulista a fabricar esses materiais, processo esse, embrião da transformação da cidade tradicional em cidade capitalista.