Replantios de espécies da mata atlântica e reza. Foi desta forma que amigos lembraram, nesta segunda-feira (28), os 15 anos do assassinato do ambientalista e biólogo Paulo César Vinha. A Justiça estadual (ES) foi uma vez mais cobrada para julgar e punir os criminosos, os empresários Ailton Barbosa Queiroz e seu irmão José Barbosa Queiroz.
Foi Ailton Barbosa Queiroz quem disparou os três tiros que mataram Paulo Vinha, no dia 28 de abril de 1993. As homenagens à memória do biólogo começaram no domingo, com replantios de espécies da mata atlântica. Houve replantio, pois até um jacarandá plantado no local da morte do biólogo, foi queimado.
Nesta segunda-feira (28), o médico Marco Ortiz informou que uma caminhada e novos replantios de mudas da mata atlântica foram programadas para às 17h30. Os amigos do biólogo se reuniram na praia da Sereia, na divisa de Vila Velha e Guarapari, daí seguindo para as Dunas de Ulé. No local, rezaram.
Além das atividades realizadas, os amigos do biólogo Paulo Vinha programam lembrar sua memória em junho. O médico Marco Ortiz quer usar para isto uma aderne, árvore nativa, que caiu nos fundos do seu restaurante, no Centro de Vitória. Já está fazendo contatos com as prefeituras de Vila Velha e Guarapari para o transporte do material.
Marco Ortiz também lembra a morosidade da Justiça nas ações para punir os matadores de Paulo Vinha. Diz que há um sentimento de perda não só pessoal, mas também coletivo.
Foi a mobilização da sociedade civil que levou à identificação dos empresários Ailton Barbosa Queiroz e seu irmão José Barbosa Queiroz como assassinos do biólogo Paulo Vinha. Três meses depois os criminosos se entregaram, mas passaram a responder ao processo soltos.
A Justiça levou quatro anos para condenar Ailton Barbosa Queiroz a 16 anos de prisão. O criminoso recorreu da sentença, sendo absolvido. José Queiroz foi absolvido em julgamento realizado uma semana depois. No segundo julgamento, José Queiroz foi condenado a 17 anos. Só ficou atrás das grades por quatro anos, sendo liberado em caráter condicional.
Ailton Barbosa Queiroz fugiu e estava solto, até o início deste ano. Sua prisão só voltou a ocorreu 15 anos depois, no início deste ano, na praça do bairro Santa Inês, em Vila Velha. Com um detalhe: a polícia contou com a ajuda de populares, que o reconheceram e denunciaram. No dia 21 de junho do ano passado a cara do criminoso foi mostrada em rede nacional no programa Linha Direta, da TV Globo.
(Por Ubervalter Coimbra,
Século Diário, 29/04/2008)