A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu a produção brasileira de etanol nesta segunda-feira em Washington, em meio a críticas na comunidade internacional de que os biocombustíveis estariam provocando uma crise alimentar global.
Rousseff esteve na capital norte-americana com duas dezenas de executivos brasileiros e norte-americanos como parte do "CEO Fórum", que busca aumentar o comércio e os investimentos bilaterais com os norte-americanos, o que incluiu uma reunião com o presidente George W. Bush na Casa Branca.
"Não me consta que os biocombustíveis participem de forma expressiva da matriz energética (internacional)", disse a ministra depois de uma reunião com Bush e com o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson.
Ela ressaltou que o impacto do petróleo é muito maior e o Brasil é muito competitivo na produção de biocombustíveis a partir de cana de açúcar e que isso não ameaça as terras agricultáveis do país.
Na escala internacional, Dilma afirmou que o atual problema da alta no preço dos alimentos, principalmente arroz e trigo, deriva da conjunção de desastres naturais e um consumo maior de proteína em países que tem crescido de forma acelerada, como Índia e China.
Ela acrescentou que para produzir uma unidade de proteína são necessárias seis unidades de grãos, o que aumenta a demanda por esse tipo de alimento, puxando os preços para cima.
Organismos multilaterais como o Banco Mundial tem atribuído a alta do preço dos alimentos a esses fatores mas também incluem os biocombustíveis, que nos EUA são fabricados a partir do milho.
(Estadão Online, 28/04/2008)