Cientistas descobriram que a simples presença de pedaços de uma liga metálica especial consegue afastar os tubarões das redes de pesca. A descoberta ajudará a resolver dois problemas, um ambiental e um econômico, de uma só vez e a um custo muito baixo.
Afastando os tubarões
Os biólogos preservacionistas têm estudado diversas técnicas para evitar que os tubarões sejam aprisionados por acidente, o que tem feito diminuir perigosamente a população de várias espécies. Já os biólogos ligados à indústria da pesca procuram meios de afastar os tubarões porque eles afastam os outros peixes, diminuindo o rendimento da pesca.
Liga metálica eletropositiva
A liga metálica eletropositiva, formada por paládio e neodímio, altera o padrão de nado dos indivíduos e inibe temporariamente sua alimentação em grupo. Os metais do grupo das terras raras - como o neodímio - inibem o ataque dos tubarões às iscas de pesca interferindo com o seu sistema eletroreceptivo, que é capaz de detectar tênues campos elétricos, inclusive aqueles gerados pelas presas.
Os cientistas acreditam que os campos elétricos gerados pelas ligas metálicas eletropositivas repelem os tubarões sobrecarregando seus sistemas sensoriais.
As experiências mostraram que os tubarões mantêm-se a uma distância de cerca de 60 centímetros das barras metálicas e nem mesmo atacam iscas cortadas que estejam a menos do que 30 centímetros do metal.
Repelente de tubarões
"Este estudo mostra claramente que a liga tem o potencial para repelir tubarões das redes de pesca oceânicas, de forma que eles não sejam capturados por acidente, mas o tamanho ótimo e o formato da liga e outros fatores ainda precisam ser determinados," diz o pesquiador Richard Brill.
Já existem equipamentos eletrônicos capazes de repelir tubarões, mas eles são grandes e não podem ser simplesmente incorporados diretamente nas redes de pesca. Os cientistas esperam que pequenas barras da liga metálica de paládio e neodímio, presas às redes, venham resolver definitivamente o conflito entre tubarões e pescadores.
(Inovação Tecnológica, 29/04/2008)