Cerca de cem moradores da Ilha das Flores fecharam na manhã de segunda-feira (28/04) a ponte do rio Guaíba, no sentido Eldorado do Sul – Porto Alegre. As famílias permaneceram no local por uma hora e meia, até serem retiradas pela Brigada Militar.
Os moradores reclamam que há seis meses aguardam que a prefeitura de Porto Alegre resolva os problemas ocasionados pela última grande cheia nas ilhas. Antônio Lima, integrante do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), conta que casas estão a ponto de ceder, colocando em risco a vida dos moradores. Também há problemas de falta de luz e de água potável e da creche da Ilha das Flores, que ainda não foi construída.
“São inúmeras situações de descaso de governo ali na região. Casas que estão desabando já faz seis meses. Algumas já estão em situação bastante adiantada, colocando famílias em risco. Agora na última semana começou a remoção de algumas famílias sem indenização e realocação em territórios seguros dentro da própria ilha. Sem contar reivindicações, como geração de renda, que as famílias já encaminharam à prefeitura e até agora não tiveram nenhuma resposta”, diz.
Antônio também reclama da Brigada Militar, que retirou as famílias da ponte com truculência. Um dos manifestantes chegou a ser preso pela polícia como forma de forçar as famílias a liberarem a passagem.
A mobilização era uma forma de pressionar para que o prefeito José Fogaça receba as famílias. Elas afirmam que a situação é urgente para protocolar um pedido de audiência e esperar o andamento do processo. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Coordenação Política e Governança Local, as famílias serão recebidas pela secretária Clênia Maranhão, mas ainda não há data confirmada.
(Por Raquel Casiraghi, Agencia Chasque, 28/04/2008)