Botas e luvas usadas por trabalhadores apresentavam problemas, segundo fiscais.
Em fevereiro e março, 15 usinas foram processadas e 4 chegaram a ter o corte interditado.
A poucos dias do fim da safra da cana em Alagoas, a Procuradoria do Trabalho voltou a fiscalizar o corte nas lavouras. Nas usinas vistoriadas, os fiscais encontraram mais irregularidades.
Um dos problemas foi a bota usada pelo agricultor José Zacarias Filho, que deveria ter sido aposentada há muito tempo. Os fiscais também encontraram trabalhadores usando apenas uma luva e não o par, como exige a lei.
Além disso, ferramentas eram transportadas junto com os cortadores de cana. Por segurança, a lei exige que os facões sejam levados no bagageiro do veículo.
A usina já responde a um processo trabalhista por irregularidades no corte da cana. A empresa foi uma das 15 do setor sucroalcooleiro de Alagoas fiscalizadas por uma força-tarefa em fevereiro e março deste ano.
As 15 foram processadas e quatro chegaram a ter o corte da cana interditado. Duas delas também vão responder agora pelas infrações constatadas na última fiscalização, já que uma usina cedeu os cortadores para a outra. “Ambas têm responsabilidade por essas condições de trabalho, tanto a empregadora quanto a que está usufruindo desta mão-de-obra”, esclareceu Rodrigo Alencar, procurador do Trabalho.
Vinte e uma usinas já concluíram a safra em Alagoas. Apenas três ainda fazem a moagem da cana.
(G1, 27/04/2008)