O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, admitiu nesta sexta-feira (25) que existe risco de o Nordeste, o Norte e a Baixada Fluminense viverem em 2009 uma epidemia de dengue semelhante à que acontece neste ano no Rio de Janeiro. "Existe sim o risco de a doença se espalhar no ano que vem", afirmou. "Nenhum país do mundo é capaz de enfrentar a epidemia da doença com falta de acesso à água e à condições de moradia e de limpeza urbana, além de educação, conscientização e mobilização", admitiu o ministro.
Segundo Temporão, no Rio de Janeiro houve falha tanto no combate ao vetor quanto no atendimento à população. Temporão afirmou que o atendimento médico no Rio é todo centrado em prontos-socorros de grandes hospitais, o que dificulta o atendimento de um grande volume de pessoas e favorece o número de óbitos. Na próxima semana, o ministro se reúne com governadores do Nordeste em uma ação para que eles recomendem aos prefeitos de seus Estados que adotem medidas de prevenção contra a doença.
No ano passado, segundo o ministro, o governo federal destinou R$ 700 milhões para Estados e municípios no combate à dengue. Neste ano, a previsão é de R$ 800 milhões. "Já estamos fazendo tudo o que temos de fazer para evitar a doença. Tudo o que há de mais eficaz contra a dengue o Brasil utiliza, mas em condições de miséria e de falta de moradia acho que é muito difícil a ação. Nesse aspecto, tudo o que está no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tende a ajudar", disse Temporão, que participou da inauguração do Centro Logístico Bomi para a indústria farmacêutica, em Itapevi.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 26/04/2008)