Técnicos acreditam que poluição é a responsável pela falta de oxigênio na água
Milhares de peixes respiram com dificuldades na superfície do Rio Gravataí, no trecho que vai da foz do Guaíba até a ponte de Cachoeirirnha, devido à falta de oxigênio.
Durante a tarde, técnicos da Secretaria Municipal de Preservação Ambiental (Sempa), da Prefeitura de Canoas, e da Fundação Estadual de Preservação Ambiental (Fepam), recolheram amostras de água e de peixes, além de fazer a medição do nível de oxigênio em pontos ao longo do trecho de 5km, que passa por Canoas.
Até agora, os técnicos trabalham com a hipótese de poluição nas águas, provocada pela falta de tratamento nas redes de esgoto dos municípios que compõem a bacia do Gravataí.
De acordo com a geóloga da Sempa, Andreá Trevisol, os resultados das análises saem em uma semana.
- Depois da chuva intensa, aumentou a contaminação no Rio Gravataí, o que piorou a condição da água. Se forem excluídas outras hipóteses de contaminação, e as condições climáticas não favorecerem – a vazão da chuva dilui os poluentes e melhora a qualidade da água, o que aumentaria o nível de oxigênio no rio -, os peixes vão morrer. Ainda não temos como dimensionar em que proporção — explica Trevisol.
A concentração de oxigênio encontrada nas águas do Gravataí variou de 0,6 a 1,2 mg/l. O trecho mais crítico foi no canal do Departamento Nacional de Obras de Saneamento, de Porto Alegre, pelo qual a maior parte do esgoto da capital é descarregada.
- O ideal seria que o nível estivesse acima de 2 — afirma o Químico do Serviço de Emergência da Fepam, Mauro Gomes de Souza. "O rio Gravataí não tem velocidade".
Segundo o presidente da Associação de Pesquisas Técnicas Ambientais (APTA), Clóvis Braga, que permanentemente monitora o rio, uma alternativa imediata seria a colocação de aeradores, para aumentar a quantidade de oxigênio.
- Seria necessário um para cada 200 m do rio, mas não temos estas condições — relata.
Entre espécies de peixes que agonizam no rio estão lambaris, jundiás, traíras e tilápias.
(Por Marco Vargas, Portal do Meio Ambiente/Envolverde, 24/04/2008)