O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse hoje que haverá uma "grande possibilidade de insucesso" se o leilão de energia de reserva produzida a partir de biomassa, marcado para maio, não for adiado para julho, como foi solicitado por empresários interessados em participar da licitação.
Chipp disse que antes do leilão é necessário que o governo decida algumas normas referentes à conexão dessas usinas ao sistema elétrico para que a energia possa ser distribuída.
"Faço um apelo ao ministro para que o leilão seja adiado para julho, senão a possibilidade de insucesso será grande", afirmou Chipp, argumentando que uma indefinição pode afastar empreendedores do leilão. Chipp participou pela manhã de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Na audiência, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que o governo está estudando o adiamento de um dos dois leilões de biomassa previstos para o fim de maio. Segundo Tolmasquim, a idéia é manter o leilão do dia 20 do mês que vem, para usinas que começarão a operar em 2009, e adiar para julho o leilão previsto para o dia 21 de maio, para usinas que iniciarão a operação em 2010.
Já o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) sugeriu que os dois leilões sejam adiados para dar mais tempo para os investidores. Tolmasquim informou que a decisão de adiar ou não é do Ministério de Minas e Energia. A energia de reserva será usada no período de maio a novembro, quando o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste começa a cair, por causa da estação mais seca.
(Gerusa Marques, Estadão Online, 24/04/2008)