O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) classificou como "grandeza de estadista" a iniciativa do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de considerar "caso encerrado" o episódio envolvendo o comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, cujas críticas à política indigenista do atual governo acabaram por criar uma polêmica com autoridades da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.
- O doutor Jobim prestou enorme serviço à Nação ao dissipar a sanha revanchista preparada para fabricar uma crise militar. Em vez de calar o pensamento coerente do general Heleno com os objetivos nacionais, o ministro da Defesa, ainda que de forma colateral, desligou o microfone dos burocratas dos Direitos Humanos - disse em Plenário, nesta quinta-feira (24/04).
Demóstenes indagou aos senadores o que haveria de errado nas declarações do general, feitas em encontro no Clube Militar, no Rio de Janeiro, na semana passada. Para ele, o general falou rigorosamente a verdade sobre a política indigenista, que, a seu ver, é mesmo "lastimável e caótica".
- Ora, a Fundação Nacional do Índio [Funai] é uma indústria de enxugamento de gelo, cujo custo, em 2007, foi quase o dobro da média anual dos investimentos da União, no último qüinqüênio, no Fundo Nacional de Segurança Pública. Trata-se de um paternalismo antropológico de Estado que custa muito à Nação, posto que os resultados estão muito distantes de promover a emancipação dos povos indígenas - avaliou.
Além disso, sustentou o parlamentar, haveria o conhecimento das autoridades do governo sobre o envolvimento de lideranças indígenas com o desmatamento da Mata Atlântica, além da co-participação em pirataria e no extrativismo banido dentro da Amazônia.
(Por Domingos Mourão Neto, Agência Senado, 24/04/2008)