Na segunda-feira, secretários e dirigentes estaduais da pasta de energia debaterão em Salvador (BA) planos para o setor energético. Um dos pontos que deve ser destacado no encontro será a questão eólica.
Poderá haver um conflito de interesses entre o Rio Grande do Sul e os estados nordestinos na reunião. O coordenador da assessoria-técnica da Secretaria Estadual de Infra-estrutura e Logística, Edmundo Fernandes da Silva, adianta que representantes dos governos estaduais do Nordeste tentarão formar uma proposta quanto a benefícios para empreendimentos eólicos naquela região. Essa idéia depois será encaminhada ao governo federal.
Uma medida dessa natureza poderia trazer desequilíbrio quanto à efetivação de parques eólicos no País. Silva considera saudável um planejamento regionalizado no setor de energia, mas salienta que os projetos eólicos gaúchos estão mais adiantados do que os de outras localidades.
O coordenador participou ontem do debate Energia x Crescimento - Desafios e Oportunidades, promovido pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs). Outro palestrante do evento foi o secretário-adjunto de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia, Paulo Altaur. O representante do Ministério relatou que os estudos do governo federal apontam segurança no fornecimento de energia para os próximos anos.
Altaur adianta que nos próximos 20 anos a matriz de energia nacional será mais diversificada, aumentando a participação das fontes térmicas e alternativas (eólica, biomassa etc). As empresas estão buscando novas oportunidades no segmento de geração de energia. O Grupo CEEE mantém uma parceria com a Pucrs, Eletrosul e Petrobras para o desenvolvimento de células fotovoltaicas. A previsão é finalizar os estudos sobre essa tecnologia ainda este ano, para tentar viabilizar uma linha de produção desses equipamentos. Conforme o presidente do Grupo CEEE, José Francisco Pereira Braga, as células fotovoltaicas poderão ser utilizadas para fornecer energia em lugares afastados da rede de distribuição. Outra ação da estatal é a alteração do sistema de transmissão entre os municípios do Rio Grande e São José do Norte. Recentemente, a empresa retirou as linhas entre para a entrada do pórtico-guindaste que será utilizado pelo dique seco do Rio Grande.
(JC-RS, 25/04/2008)