Ao discursar nesta quinta-feira (24/04), o senador Gerson Camata (PMDB-ES) lembrou que, em 1976, quando era deputado federal, alertou que a concretização da usina binacional de Itaipu poderia trazer problemas para o Brasil e criar "uma encrenca secular e internacional" para o país. Assinado em 1973, o Tratado de Itaipu vale até 2023.
- E eu dizia que o Paraguai não tinha, naquela época, e me parece que até hoje não tem, a personalidade jurídica de país assentado para assinar um acordo que fosse durar tantos anos. Eu fiz uma profecia, infelizmente - lamentou.
Na opinião do parlamentar, o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, usou, de maneira demagógica, a promessa de revisão do tratado durante sua campanha.
- Preparem-se, consumidores brasileiros, todo mundo que tem energia elétrica em casa: nós vamos pagar mais pela energia elétrica para dar mais dinheiro para o Paraguai, para reforçar a demagogia desse ex-bispo que acaba de se eleger lá - advertiu.
Para Gerson Camata, caso o Brasil aceite revisar o tratado, deveria exigir algo em troca do Paraguai, como uma fiscalização mais eficiente da fronteira entre os países. Segundo comentou o senador, armamentos seriam contrabandeados pela fronteira do Paraguai com o Brasil e acabariam em poder de criminosos de todo o país, principalmente do Rio de Janeiro, de São Paulo e Espírito Santo. O parlamentar observou ainda que drogas também passariam pela fronteira paraguaia em direção ao Brasil.
(Por Augusto Castro, Agência Senado, 24/04/2008)