Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP/USP)
Autora: Karina Aparecida de Abreu Tonani
Contato:
karinastz@usp.br Resumo:
Nos países em desenvolvimento, onde podemos encontrar áreas urbanas densamente povoadas com precárias condições de saneamento básico, o esgoto sem tratamento é responsável por um grande número de doenças de veiculação hídrica. Além da carga microbiológica (bactérias, vírus, ovos/larvas de helmintos e protozoários), pode também conter diversos poluentes químicos que afetam a saúde humana, dentre eles os metais pesados. Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis de metais pesados, bem como identificar e quantificar parasitas e coliformes totais e fecais em efluentes urbanos, antes e após o tratamento de esgoto pelo sistema lodos ativados da Estação de Tratamento de Esgoto de Ribeirão Preto (ETE-RP). A ETE-RP recebe e trata cerca de 57% do esgoto gerado no município de Ribeirão Preto, desde novembro de 2002. O presente estudo foi desenvolvido no Laboratório de Saúde Ambiental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, com a colaboração do Laboratório de Pediatria Setor de Metais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/FMRP/USP. As amostras foram coletadas durante um ano (de outubro de 2006 a outubro de 2007). No esgoto bruto e tratado foram analisados os seguintes metais: Cd, Cu, Cr, Mn, Pb e Zn, utilizando técnicas de espectrofotometria, como: Espectrofotometria de Absorção Atômica acoplado a Forno de Grafite (EAA-FG) e Espectrofotometria de Absorção Atômica de Chama (EAA-Chama). A análise parasitológica foi realizada em câmara de Sedgwick-Rafter. Já as análises bacteriológicas foram realizadas utilizando-se o método Colilert® (Tubos Múltiplos). Com os dados obtidos verificou-se que os níveis de metais pesados presentes nas amostras de esgoto tratado estão dentro dos valores estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº. 357/2005 que estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e pelo Decreto Estadual (SP) nº. 8468/76. Verifica-se que o processo promove a remoção parcial dos parasitas considerados como possíveis indicadores nas diretrizes da OMS. Observou-se que houve uma remoção de 90 % na concentração de coliformes totais e fecais, conforme estabelecido pelo Decreto Estadual nº 8468 (SP), de 8 de setembro de 1976 e pela Resolução nº 357, de 17 de março de 2005 do Conama (SÃO PAULO. CETESB, 1974; BRASIL. CONAMA, 2005). Este estudo representa a primeira caracterização parasitária e bacteriológica do esgoto coletado na ETE-RP e uma avaliação da remoção mediante o referido sistema de tratamento de esgoto, visando à geração de informações que contribuam com a gestão ambiental não só no nível municipal, e sim, no âmbito regional, nacional e internacional, sob a ótica da saúde pública.