Terá início domingo, 27, a programação alusiva à Semana Municipal dos Povos Indígenas, de acordo com a Lei Municipal 8.114/98, com a II Mostra de Arte Indígena no Brique da Redenção, em frente ao Monumento ao Expedicionário, das 10h às 16h. Conforme a coordenadora do Núcleo de Políticas Públicas para Povos Indígenas da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana (SMDHSU), Ana Freitas, serão 20 bancas com o artesanato produzido pelas comunidades Kaingang, Guarani e Charrua. São objetos que representam a cultura material tradicional dos povos, como esculturas, cerâmica, cestos, colares, pulseiras e brincos.

"É um trabalho admirável", afirma o secretário Marco Antonio Seadi, destacando a transversalidade da ação, unindo e reunindo as secretarias de Direitos Humanos, de Educação (Smed) e do Meio Ambiente (Smam) na preservação das florestas. Com a introdução da cerâmica em cursos ministrados por artesãos que, na Escola Municipal de 1º Grau Porto Alegre (EPA), dão aulas respeitando as técnicas utilizadas durante séculos por ancestrais dos índios locais, é possível assegurar a sustentabilidade dos povos indígenas, sem alterar sua cultura e arte.

Trabalho comunitário
"O objetivo é utilizar recursos naturais fora dos obtidos na floresta, deixando de lado um pouco os cipós para diversificar a produção, qualificando o artesanato indígena", destaca Ana Freitas. Esse trabalho, que teve início em fevereiro, no Espaço de Sustentabilidade Caingangue, na parada 25 da Lomba do Pinheiro, com recursos da parceria com o Governo Basco, da Espanha, por intermédio da ONG Paz Y Solidaridad, preparou jovens e adultos à produção de novas formas de artesanato para melhorar a qualidade de vida de 23 famílias indígenas ali instaladas. "Hoje, eles têm um atelier com forno e instrumentais", afirma a antropóloga.

Segundo Ana Freitas, as famílias trabalham em conjunto, os menores lixando, os maiores buscando na região do Lago Guaíba os barros adequados em solos argilosos, essenciais na fabricação dos produtos, e os pais preparando as tintas e a queima. De acordo com Ana Freitas, a meta é tornar as famílias indígenas auto-sustentáveis.

(Prefeitura de Porto Alegre, 24/04/2008)