O debate global que opõe os alimentos aos biocombustíveis alterou a forma como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) avalia o financiamento de projetos de biocombustíveis que possam afetar a produção de matérias-primas como milho e soja, de acordo com o consultor-sênior do BID Nathaniel Jackson, que participa do Fórum Latino-Americano de Financiamento à Energia Renovável.
Jackson disse que o BID agora dedica mais atenção a fatores como preços, eficiência energética e desenvolvimento regional e descarta projetos para a produção de etanol do milho, como nos EUA. Embora o banco ainda se interesse por projetos que extraem álcool da soja e da cana, prefere financiar cultivos como o do pinhão-manso, que não é comestível nem exige terras aráveis.
Para Jackson, a energia renovável tem enorme potencial de crescimento. Ele acha que os biocombustíveis não são uma panacéia completa, e que é preciso distinguir as melhores opções. Como exemplo, o BID apóia a produção de etanol de cana no Nordeste brasileiro, mas não faria o mesmo no Sudeste, que é mais rico.
Jornal do Brasil,
FGV, 24/04/2008)