Freitas não traz novidades e lamenta quebra de diálogo com o Município
Presidente Mário Freitas palestrou na SRB ontem
Quem foi ao Cacisc ao Meio-dia esperando por uma grande novidade da Corsan provavelmente voltou para casa decepcionado. O presidente da estatal, Mário Freitas, aproveitou a vinda a Cachoeira do Sul apenas para fazer uma breve explanação sobre a empresa e relatar o histórico da relação com a Prefeitura, lamentando a briga encabeçada pelo prefeito Marlon Santos tentando romper o contrato com a Corsan. Em nenhum momento de sua palestra, no entanto, o presidente falou sobre a batalha judicial, ressaltando que este assunto deve ser definido nos tribunais. Porém, quando questionado, Freitas garantiu que a estatal se disponibilizaria a fornecer todos os dados necessários para o Município proceder uma eventual licitação - o que terminaria com a necessidade de contratação emergencial.
Freitas reconheceu a incapacidade de investimento da empresa na cidade nos últimos 10 anos, considerando justos os pedidos de maior atenção às demandas do Município e da comunidade. “No entanto, é preciso perceber que este fenômeno aconteceu em todo o estado, não foi exclusividade de Cachoeira”, justificou. O dirigente da Corsan sustentou que o modelo de gestão implementado pelo Governo Yeda fez com que o Estado voltasse a ter condições de investir. Assim, o presidente passou a falar de números de investimentos próprios previstos pela estatal para os próximos anos, R$ 120 milhões para este ano, R$ 150 milhões para 2009 e R$ 181 milhões em 2010. O presidente ressaltou o esforço feito para conseguir os R$ 9,5 milhões por meio de financiamento para esgotamento sanitário em Cachoeira do Sul, dinheiro que não será repassado para o município em caso de rompimento com a estatal.
Conforme antecipado pelo Jornal do Povo, o presidente da estatal informou sobre os principais pedidos da Prefeitura que a empresa tentou atender e criar soluções, caso das repavimentações, onde licitou serviço contratando nova empresa; ampliação da cobertura de esgotos, viabilizada com aprovação do financiamento de R$ 9,5 milhões, e ainda os reservatórios, como medida para acabar com as faltas de água sempre que falta luz. Quanto à compra de geradores, o presidente foi enfático: “Não adianta colocar um gerador na estação de tratamento de água. Precisaríamos de um desses equipamentos para cada motor de recalque”, explicou.
Qualidade
Como comentário final e de forma mais direta, Freitas avisou que não admitirá qualquer levantamento de dúvida sobre a qualidade da água oferecida pela Corsan. O presidente apresentou laudos atuais de monitoramento do líquido, onde em nenhum deles a água da Corsan em Cachoeira está irregular. “Não existe hipótese da Corsan oferecer água ruim”, ressaltou. O recado deve ter sido direcionado diretamente ao secretário municipal de Obras, Hélio Mercadante, que apresentou laudos onde a água da estatal estava fora dos parâmetros indicados pelas normas de regulação.
(Por Vinícius Severo, Jornal do Povo, 24/04/2008)