A retirada ontem de pelo menos quatro árvores no entorno do parque Ibirapuera (zona sul de São Paulo) provocou a insatisfação de moradores vizinhos.
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente diz que no total nove árvores serão retiradas para a reabertura da alça de acesso que vai ligar as avenidas Quarto Centenário e Pedro Álvares Cabral. O órgão diz que elas serão replantadas de preferência nas proximidades do parque.
O secretário do conselho gestor do Ibirapuera, Otávio Villares de Freitas, no entanto, afirma que a área desmatada será maior do que o anunciado pela secretaria. Segundo ele, 60 árvores serão derrubadas, numa área 5.500 m2 onde hoje há ipês e paus-brasil.
"É uma agressão ao ambiente e aos paulistanos. Esse tipo de atitude vai de encontro a qualquer política de preservação", diz a comerciante Karol Anness, 42, moradora da Quarto Centenário e freqüentadora do Ibirapuera.
O promotor de Habitação e Urbanismo da capital José Carlos de Freitas diz que a reabertura da alça é o reparo de uma irregularidade e não causará transtornos ambientais, pois as árvores serão replantas nas proximidades.
O acesso será reaberto após acordo entre a Prefeitura de São Paulo e o promotor.
A Secretaria do Verde também descarta a possibilidade de danos ambientais. Os argumentos apresentados são que as árvores serão transplantadas, e não cortadas, e que 35 novas mudas de espécies nativas serão plantadas na região do parque.
Os freqüentadores do parque, porém, continuam contrários à alça de acesso.
"Não vai resolver o problema do trânsito na área, vai diminuir a pista de cooper e agredir o ambiente. A população vai sair perdendo", queixou-se o engenheiro Leon Sayeg, freqüentador do parque Ibirapuera.
(Juliana Cariello, Folha de São Paulo, 24/04/2008)