'Se o controle reduzir ou impedir a entrada de recursos estrangeiros, isto será um retrocesso", afirma diretora
A organização não governamental SOS Amazônia está entre as que podem ser afetadas, caso o governo leve adiante a idéia de impor a necessidade de autorização do Ministério da Defesa, além de cadastro e autorização prévia, para estrangeiros, ONGs e instituições similares estrangeiras atuarem na Amazônia legal. Apesar de ser uma entidade brasileira, a SOS Amazônia recebe recursos de entidades internacionais e, por isso, pode passar a ser fiscalizada pelo governo.
Para a diretora financeira da ONG, Kelly Gouveia, um controle maior do governo não é visto como uma mudança negativa, mas pode passar a ser, dependendo da forma como os órgãos públicos vão estabelecer este controle. "Fiscalizar e criar uma lei específica para as ONGs é até uma atitude construtiva, mas, se o controle reduzir ou impedir a entrada de recursos estrangeiros, isto será um retrocesso", afirma Kelly.
A diretora explica que, para receber a ajuda de estrangeiros, a organização prepara um projeto e apresenta a órgãos internacionais. "Eles avaliam o interesse, mas, no nosso caso, é a própria SOS Amazônia quem estabelece as prioridades e o destino que será dados aos recursos e pesquisas".
A SOS Amazônia foi fundada há 20 anos e seus objetivos estão relacionados às agressões à Floresta Amazônica, ao movimento de resistência dos seringueiros aos desmatamentos das florestas no Acre e à formação da opinião pública que valorize a conservação e a preservação ambiental.
(Cláudia Ribeiro, Estadão Online, 23/04/2008)