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mercado de carbono
2008-04-24

O crescimento e fortalecimento das negociações de créditos de carbono mostram que ferramentas de mercado podem ser uma saída para a preservação de ecossistemas, com um valor de legado ainda difícil de ser precificado.

Os pagamentos por serviços de ecossistemas (conhecidos pela sigla em inglês PES) são baseados na premissa de que estes fornecem serviços valoráveis que a maioria das pessoas utiliza de forma gratuita. Problemas decorrentes de escassez de alguns bens naturais, com a água doce, e a degradação ambiental são fatores que fazem especialistas acreditarem ser necessário o desenvolvimento de um mercado de ecossistemas, nos moldes do de carbono.

Atualmente existem algumas ações específicas no mundo que caminham neste sentido. Os esquemas de PES tentam quantificar os valores econômicos de serviços que um ecossistema oferece e, então, podem sugerir ou mesmo obrigar que os beneficiários paguem para mantê-los.

“Hoje não existe realmente um mercado de ecossistemas, existem ações pontuais e um esforço de entidades para protegê-los. São mini-mercados embrionários, como nos Estados Unidos para a proteção da água e de sistemas hídricos, e não são tão desenvolvidos como o mercado de carbono”, explica a diretora executiva da consultoria CO2 Soluções Ambientais, Joana de Marsillac.

Os ecossistemas possuem dois valores. Um é referente ao uso, proveniente dos produtos utilitários produzidos pela natureza como a lenha e a borracha, que já possuem um preço de mercado e um valor para as populações que dependem deles para sobreviver. Outro é o valor intríseco ou valor de legado, como denomina Joana, que é o mais difícil de medir, pois envolve o fato de deixá-los para as próximas gerações. 

Projetos florestais formulados para o mercado de carbono, por exemplo, se preocupam apenas com um único elemento, que é o carbono estocado nas árvores. Para Joana, esta é uma maneira muito ‘míope’ de se olhar para um sistema complexo como o da Amazônia. “Precisamos ampliar o campo de visão para incluir os outros dois valores e considerar isto como um pacote. Com a soma das partes você terá inclusive um valor monetário, pois se preocupa com toda a preservação do ecossistema, não apenas da árvore que estoca o carbono”, justifica Joana.

Duas perguntas ainda sem respostas, no entanto, são como medir os serviços ambientais e incidir preços sobre eles. Segundo a especialista, se trabalham com algumas premissas para tentar solucionar estas questões. “Ou o mundo científico dará mais dados impíricos ou teremos que quebrar esta necessidade e partiremos para uma análise de demanda, na qual as empresas darão certos valores para preservar um determinado ecossistema”, sugere.

Joana diz que a tendência atual é seguir este último caminho, onde o mercado dirá quanto vale cada ecossistema, porém não descarta a primeira opção. “O mundo científico vai chegar com dados impíricos mais precisos”, completa.

Experiência brasileira

A CO2 Soluções Ambientais desenvolve desde 2003 pesquisas voltadas para a preservação sustentável de uma área de 10 mil hectares no sul do Amazonas, no município de Novo Aripuanã.  O intuito do projeto é criar um sistema que garanta a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da comunidade, com a utilização de monitoramento local e via satélite por 24 horas.

Considerado um tubo de ensaio, o projeto na Fazenda Guariba é um campo de experiências, que inclui integrar os vizinhos, fazer ‘picadas’ de trilha no interior da floresta sem interromper o caminho da fauna e extrair maneira de forma sustentável (com cuidados como a retirada dos cipós para não tombar outras árvores ao redor).

A empresa já mapeou 12 mil árvores, com a ajuda de ferramentas como o geoposicionamento, o que permite obter um estoque muito preciso do carbono da região. E agora planeja fazer um segundo apanhado de dados em 2009 e 2010 para desenvolver padrões de estoque de biomassa.

Com ações como esta, a CO2 pretende agregar valor monetário a um projeto de carbono preservado através da inserção de novos valores, além de simplesmente o carbono estocado.

(Carbono Brasil, 23/04/2008)


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