O presidente da Braspalma, Iderlon Azevedo, revelou na sexta-feira, 18/04, durante encontro com o secretário estadual da Produção Rural, Eron Bezerra, que um grupo de empresários maláios está interessado em investir na plantação de dendê em áreas degradadas no Amazonas. Segundo ele, no dia 8 de maio um grupo, liderado pelo presidente da Felda, TanSri Yusof Noov, estará em Manaus para discutir o empreendimento, que prevê a plantação de 20 mil hectares de dendê na Amazônia.
A meta inicial é realizar investimentos em uma área situada em Tefé, a 525 quilômetros de Manaus, onde funcionava a Empresa Amazonense de Dendê (Emade).
"Queremos usar somente a área já degradada, com mata secundária. As áreas de floresta serão preservadas", disse Iderlon Azevedo, que acompanha a negociação entre a Malásia e o Amazonas.
De acordo com a empresa, o projeto envolverá 3 mil postos de trabalho no município, caso seja aceito pelo Governo do Amazonas. O foco da Felda é a área de alimentícios, mas a fábrica também produzirá uma pequena quantidade de biodiesel.
O deputado Eron Bezerra se mostrou favorável ao projeto, desde que se obedeça alguns requisitos, entre eles a política de policultivo. "O trabalhador não pode depender só do dendê. Ele tem que plantar mandioca, criar frango, peixe e cultivar abelhas, por exemplo. Cada um vai precisar de, pelo menos, 10 hectares", explica.
Iderlon diz que o estado foi escolhido pela aptidão que tem ao plantio da palma. "A Amazônia tem o maior potencial mundial para a cultura", afirma. A intenção da empresa é abastecer não só o mercado brasileiro com o óleo de dendê, mas também o de outros países. "O Brasil gasta R$ 70 milhões por ano com a importação do alimento", diz.
De acordo com o presidente do Idam, Edson Barcelos, a reativação do projeto da Emade é uma antiga reivindicação dos produtores da região do Médio Solimões. Ele explica que, em 1984, por meio de um financiamento do Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento), a Emade iniciou, em Tefé, a implantação de um projeto para plantar 2 mil hectares de dendê, dos quais foram alcançados apenas 1410.
O projeto consistia no recrutamento de famílias de trabalhadores rurais para cuidar de lotes de dendê e repassar a produção à usina beneficiadora da empresa, construída no local. A idéia era repassar o controle da usina para uma cooperativa de produtores, a longo prazo. No entanto, a partir do início da década de 90, com a extinção da Emade, mesmo com toda uma estrutura montada, com equipamentos comprados e construção de moradias, o projeto foi deixado de lado.
(Envolverde/
Governo do Estado do Amazonas, 23/04/2008)