A Câmara dos Deputados promove a partir desta quarta-feira (23/04) o seminário "Planeta Terra em nossas Mãos". O evento abre oficialmente a programação do Ano Internacional do Planeta Terra, celebrado por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU). No seminário, cientistas de vários países vão debater a importância das ciências para o bem-estar comum e para um mundo sustentável.
O seminário começa às 9h30, no auditório Nereu Ramos, e prossegue até quinta-feira (24/04). O evento é promovido pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Minas e Energia; e pela Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas. O Ministério da Ciência e Tecnologia e a Academia Brasileira de Ciências atuam como entidades parceiras.
Entre os cientistas convidados está Diógenes de Almeida Campos, que trabalhou no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU. O painel foi contemplado com o Prêmio Nobel da Paz em 2007, juntamente com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore, pelo trabalho desenvolvido contra o aquecimento global.
Outro convidado é o professor Jefferson Cardia Simões, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que foi o primeiro brasileiro a chegar ao Pólo Sul geográfico (90 graus Sul) por terra, em 2004. Durante a expedição (Travessia Científica Chileno-Brasileira da Antártica), foram feitos estudos sobre o gelo e as suas interações com o clima.
Temas prioritários
A ONU programou o Ano Internacional do Planeta Terra com o objetivo de incentivar estudos e ressaltar a importância que as Ciências da Terra têm para o bem-estar e a sobrevivência da humanidade. Foram definidos dez temas prioritários, levando em conta a sua influência direta nas populações e as suas deficiências para as gerações futuras: água subterrânea; megacidades; clima; crosta e núcleo terrestres; desastres naturais; oceanos; recursos naturais (minerais e energia); solos; terra e saúde; e terra e vida.
"Nunca antes na história o futuro da Terra dependeu, de forma tão dramática, dos homens e mulheres que a habitam. O desafio que une a todos é o de manter, para as futuras gerações, a integridade deste planeta", disse o deputado Nilson Pinto (PSDB-PA), autor do requerimento para a realização do seminário.
As atividades do Ano Internacional do Planeta Terra vão se estender até dezembro de 2009. A iniciativa está sendo lançada em todos os continentes: Europa (Áustria), Ásia (Japão), África (Tanzânia), Oceania (Austrália), América do Norte (Canadá) e América Latina e Caribe (Brasil). No Brasil, as atividades são coordenadas por um comitê nacional formado por representantes de instituições científicas, de órgãos do governo e de empresas da área geocientífica.
O conselho é presidido pela Academia Brasileira de Ciências. As atividades, denominadas "O Maior Geoshow da Terra", incluem concursos para estudantes; montagem de exposições itinerantes em trens, ônibus e barcos; concertos sinfônicos; e lançamento de selos especiais, livros, cartilhas, literatura de cordel, revistas em quadrinhos, filmes e vídeos.
"Cuidar do planeta é assegurar a nossos filhos e netos um futuro melhor. É uma questão ética, suprapartidária, transcontinental e sobretudo moral, na medida em que indica o legado das gerações" disse o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, deputado André de Paula (DEM-PE).
(Agência Câmara, 23/04/2008)