A Assembléia Pró-Defesa de Nossos Rios, criada em abril de 2007, vem denunciando a contaminação de rios causadas por mineradoras que possuem atividades no Equador. A organização pede a anulação das concessões mineiras na área de Ponce Enríquez que atinge os rios da zona costeira. Ontem (21), os movimentos sociais do país, envolvidos na luta contra as mineradoras, realizaram uma paralisação nacional de 24 horas.
Em comunicado, a Assembléia divulgou um estudo realizado nos rios próximos ao local que revela uma situação alarmante. No monitoramento, realizado no dia 27 de dezembro, foram encontrados diversos tipos de substâncias contaminadoras. Nas águas do Rio Gala, o estudo indicou a presença de mercúrio e arsênico. Já os sedimentos estão contaminados por mercúrio, arsênio e vanádio, superando os limites máximos permitidos.
O Rio Siete está altamente contaminado com concentrações que superam 27 vezes as permitidas de cobre, mercúrio e arsênico. Em outros rios do país, foram detectados metais como o níquel, cobalto, cromo, zinco, chumbo. Segundo a Assembléia, a contaminação detectada pelo monitoramento realizado pelo laboratório BSI Inspectorate do Equador S.A deve-se principalmente à presença de metais associados às atividades mineradoras desenvolvidas na Província de Azuay.
Os movimentos sociais enfatizam que a situação é muito preocupante devido à prática comum das comunidades, que costumam lavar roupas e fazer a limpeza corporal nos rios por falta de água potável. Isso aumenta a freqüência de exposição pelo contato da pele com a água contaminada por metais pesados, que provocam dores de cabeça, osteoporose, insônia, irritabilidade, infertilidade, depressão, perda de memória, fadiga crônica, dores musculares e articulares. Quando são absorvidos pelo nosso organismo estes metais levam entre 20 e 30 anos para serem eliminados.
(Adital, 22/04/2008)