A área congelada do Oceano Ártico vem encolhendo e está cada vez mais vulnerável aos raios do sol no verão, mostra uma nova pesquisa. No estudo, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas (CNAR), dos EUA, e da Universidade Estadual de Colorado, determinaram que o clima ensolarado do verão passado contribuiu para a perda recorde de gelo no Ártico, mas que condições semelhantes, em versões anteriores, não tiveram o mesmo efeito.
O trabalho, que se vale de dados de um novo grupo de satélites da Nasa, conhecido como o "A-Train", está publicado no periódico Geophysical Research Letters.
"Em um mundo mais quente, o gelo mais fino sobre o mar torna-se cada vez mais sensível às variações climáticas e das nuvens de um ano para o outro", disse a pesquisadora Jennifer Kay, do NCAR, segundo nota distribuída pela instituição. "Um único verão mais ensolarado pode, agora, ter um impacto dramático".
Os dados indicam que a incidência solar no verão, sobre o Ártico, produz um derretimento mais pronunciado agora que no passado, principalmente porque, como já há menos gelo, é menor a reflexão da luz solar de volta ao espaço. Como resultado, o papel moderador da cobertura de nuvens ganha importância.
A perda de gelo no Ártico em 2007 bateu o recorde dos tempos modernos, com a extensão gelada encolhendo para um mínimo de 4,1 milhões de quilômetros quadrados em setembro. Essa cobertura foi 43% menor que em 1979, quando começaram as medições confiáveis por satélite.
(Estadão Online, Ambiente Brasil, 22/04/2008)