Mas ministro da Justiça que lutará até o fim para desocupar a área em Roraima
O ministro da Justiça, Tarso Genro, admite que o governo perdeu a batalha da comunicação no episódio da demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Afirma, porém, que lutará até o fim para desocupar a área, hoje invadida por arrozeiros. "É um equívoco a visão de que seis arrozeiros podem desconstituir um trabalho de maturação de três anos, que atravessou diversos governos", diz.
Na avaliação de Tarso, a análise distorcida sobre a operação preparada pela Polícia Federal para retirar os fazendeiros da reserva influenciou o Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o processo. O ministro repete, porém, que não há margem para dúvida nesse caso. "A terra indígena integra o patrimônio da União. E a União entra e sai dela quando quer", afirma.
Depois da crise provocada por declarações do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante militar da Amazônia, que classificou a política indigenista como "lamentável e caótica", Tarso jogou água na fervura. Disse até que compartilha da preocupação do general a respeito da atuação das ONGs. "Várias dessas instituições não estão a serviço de suas finalidades, mas, sim, de interesses relacionados à biopirataria", insistiu o ministro que enviou para a Casa Civil, há duas semanas, proposta para regulamentar a atuação de ONGs na Amazônia legal.
(Vera Rosa, O Estado de São Paulo, 21/04/2008)