Vereador Beto Moesch participou do 2º Fórum Estadual Integrando Meio Ambiente à Vida

O vereador de Porto Alegre Beto Moesh foi um dos palestrantes do Painel Humanista do "2º Fórum Estadual Integrando Meio Ambiente à Vida", ocorrido neste final de semana no Rio Grande do Sul. Ele apresentou a palestra "Comunicação e Sustentabilidade" e destacou a necessidade das políticas ambientais estarem unidas com a educação ambiental. Beto falou sobre as medidas adotadas em Porto Alegre, cidade da qual foi secretário da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAM), no sentido da educação ambiental.

– Nós fizemos uma revolução na SMAM – garantiu.

Em lugar de falar apenas em educação ambiental, o vereador deu ênfase ao termo socioambiental, e lembrou que são oferecidos cursos de capacitação para os servidores. Isso, segundo ele, inclui desde cursos no exterior até cursos de alfabetização. Também com objetivo de educar, Moesch lembrou que na capital gaúcha os licenciamentos ambientais são acompanhados de cursos de conscientização. Por fim, conforme o vereador, até os infratores em crimes ambientais são obrigados a passar por cursos de educação socioambiental.

– É preciso sentir o que é meio ambiente para sentir-se cidadão responsável – disse o vereador.

Antes da palestra de Beto Moesch, a Orquestra de Flautas da Escola Municipal Heitor Villa-Lobos fez uma apresentação. Conforme Beto Moesch, a escola era a verdadeira palestra sobre a inclusão socioambiental. Ele fez um convite para que os alunos da professora e regente Cecília Rheingantz Silveira façam uma apresentação durante a Semana de Meio Ambiente de Porto Alegre, e garantiu que o Fundo Municipal de Meio Ambiente vai ajudar a suprir as carências instrumentais da orquestra da escola.

Pioneirismo e vanguarda
Outro ponto de destaque da palestra de Beto Moesch foi a questão do pioneirismo do Rio Grande do Sul, e sobretudo de Porto Alegre, em termos de política ambiental. O vereador questionou se, apesar do pioneirismo, Porto Alegre pode também considerar-se vanguarda.

– Somos pioneiros, mas somos também vanguarda? – indagou, lembrando que "vanguarda" pressupõe dar início a um processo que passa a ser reproduzido em outras partes.

Moesch lembrou que Porto Alegre tem uma independência nas questões de política ambiental que é única no mundo. Ele ressaltou também que a capital do Rio Grande do Sul é a única cidade no mundo que possui uma "reserva vegetal urbana", ou seja, não permite corte total da vegetação para um empreendimento, exigindo que 20% da vegetação natural seja preservada.

O vereador criticou ainda a falta de verba para o Fundo Municipal de Meio Ambiente. Segundo ele, o fundo tem se sustentado com as taxas de licenciamento, as Parcerias Público-Privadas (PPPs) e as multas. Todavia, segundo ele, o fundo não pode se manter dessa forma, sobretudo no caso das multas. Ele também reclamou do "atropelo" sofrido pelos técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambienta do RS (Fepam) e da Fundação Zoobotânica na questão dos licenciamentos florestais. De acordo com Beto Moesch, o governo do Estado apressou as coisas por interesses meramente econômicos da empresas, sendo que os técnicos da Fepam e da Fundação Zoobotânica já tinham um estudo de impacto florestal pronto.

– Se a oposição não fala nada, eu mesmo vou falar – desabafou.

Comunicação
O tema central da palestra (intitulada "Comunicação e Sustentabilidade") também se fez presente na fala de Beto Moesch. Ele sublinhou a importância de mecanismos que tornem claras as ações da prefeitura e dêem tempo para que os cidadãos possam opinar a respeito das decisões que envolvam temas ambientais. Como exemplo, citou a comunicação antecipada sempre que alguma árvore precisará ser cortada em função de alguma obra.

Beto garantiu que Porto Alegre quer crescer, mas com sustentabilidade. Ele ressaltou a campanha "Com Licença", uma campanha ambiental "sem árvore e sem pássaro", mas que reforça que a necessidade de licenças ambientais para qualquer empreendimento.

No entanto, para o vereador, nunca serão suficientes as políticas se a população não colaborar. A sociedade, segundo ele, é paradoxal. Como exemplo, citou o fato de que todos sabem que não devem jogar lixo no chão, mas muitos jogam. E, depois, reclamam que a prefeitura não limpa. Mas os gastos com limpeza custam verbas públicas, como ressaltou:

– Quando botamos lixo no chão, estamos gastando nosso dinheiro.

Segundo o vereador, é preciso fazer para poder cobrar, sugerir e participar.

O "2º Fórum Estadual Integrando Meio Ambiente à Vida: Educando, visualizando, sensibilizando para a inclusão e a sustentabilidade" ocorreu nos dias 18 e 19 de abril no Teatro Dante Barone da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. No Painel Humanista, além do vereador de Porto Alegre Beto Moesch palestrou ainda a Doutora Ana Maria Dalla Zen, professora da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Fabico/UFRGS – (leia sobre a palestra com Ana Dalla Zen).

(Por André Crespani, ClicRBS, 21/04/2008)