Apesar dos cerca de 800 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixarem a fazenda Southall, em São Gabriel na sexta-feira (18/04), não houve identificação por parte dos órgãos responsáveis. A medida é prejudicial para por fim as invasões do grupo que trazem transtornos e prejuízos para agricultores e produtores dos mais diversos municípios do Estado.
A identificação dos invasores ajudaria a reduzir o conflito fundiário no país, possibilitando identificar quem são aqueles que realmente necessitam de terra para produzir e poderia punir os que possuíssem antecedentes criminais e aproveitadores em geral.
A Brigada Militar apenas acompanhou a movimentação e não identificou os invasores, ao contrário do que queriam os ruralistas. O coordenador da Frenteagro da Assembléia Legislativa, Jerônimo Goergen (PP), cobra ação do governo federal e, ao mesmo tempo, repudia a falta de identificação: “Não identificar invasores é uma afronta ainda maior a ordem social. Só a identificação permite saber se eles têm ou não fichas na polícia para barrar os infiltrados no movimento”, disse.
O deputado estadual relembrou que em caso de ocupações de propriedades rurais, o Incra deveria cumprir a portaria 101, que exclui invasores de terra do cadastro nacional de reforma agrária: “Caso isso não seja cumprido, não haverá solução para o problema do conflito fundiário”, afirma Jerônimo.
(Por Alexandre Farina, Agência de Notícias AL-RS, 18/04/2008)