O deputado Rossano Gonçalves (PDT) classificou como um "verdadeiro deboche" a retirada dos integrantes do MST da Fazenda Southall, na manhã de sexta-feira (18/04), sem a devida identificação pelo contingente da Brigada Militar que estava no local.
Rossano afirmou que a indignação é total entre os produtores rurais, que protestam contra a forma desastrosa como o Governo do Estado se portou na negociação. Estava acertado que os invasores seriam identificados, pois alguém tem que ser responsabilizado pelos atos criminosos praticados e, por outro lado, o acampamento próximo a Southall deveria ser desmanchado pois ali está há mais de nove meses.
Com a posição do Governo em liberar os invasores, e do Incra em colocá-los em outra área aproximadamente a 18 km, os integrantes do MST estão alojados em duas trincheiras, deixando todos produtores da região em estado de alerta máximo, pois a qualquer momento podem ter sua propriedade invadida.
Segundo o deputado, os técnicos do Instituto Geral de Perícias – IGP, estão na fazenda para efetuar o levantamento dos danos causados ao patrimônio da família Southall. Rossano afirma que "o Governo ainda pode corrigir a péssima negociação que fez, determinando que a Brigada Militar se dirija ao novo acampamento e identifique os invasores sob pena de perder completamente o controle sobre as invasões e outras ações do movimento".
Polêmica
Na manhã de sexta-feira (18/04), antes de se dirigir a São Gabriel, Rossano participou do Programa Polêmica, na Rádio Gaúcha, onde afirmou que pessoas sem a menor vocação para o meio rural estão infiltradas no movimento, com a desculpa de que estão realizando pesquisas e estudos sobre a questão agrária.
Rossano referiu que uma economista da Fundação de Economia e Estatística, portanto funcionária pública estadual, identificada como Clarisse Castilhos, viajou em ônibus do MST que partiu de Viamão para apoiar a invasão na Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul. O parlamentar estranha que uma servidora pública, mesmo que esteja a serviço do Estado, precisa de carona no ônibus do MST?
Esse assunto, bem como o que prevê a MP 2183, que determina a perda do lote por parte de assentados que participarem de invasões, serão investigados nos próximos dias, finalizou o parlamentar.
(Por Francis Maia, Agência de Notícias AL-RS, 18/04/2008)