Duas pessoas foram detidas e outra continua foragida, acusadas de provocar os focos de incêndios causadores da nuvem de fumaça que há dias afeta Buenos Aires e seus arredores, informaram neste sábado (19/04) fontes oficiais.
"Já há dois produtores [agropecuários] detidos pelos incêndios e outro está foragido, que se chama Antonio Pasaglia", disse o ministro do Interior argentino, Florencio Randazzo, durante uma entrevista coletiva.
O ministro disse que algumas testemunhas disseram que o combustível para provocar os incêndios "foi transportado em uma lancha, que já foi apreendida".
Uma série de queimadas em pastos próximos ao delta do rio Paraná atingiram uma área de 70 mil hectares e produziram uma nuvem de fumaça que paira sobre Buenos Aires e seus arredores, prejudicando a visibilidade e atrapalhando todo o sistema de transportes.
Segundo especialistas locais, a fumaça, que começou há seis dias, já afeta 15 milhões de pessoas.
Devido à baixa visibilidade, os aeroportos estão cancelando diversos vôos e atrasando outros.
De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina, as estradas contam com uma visibilidade de no máximo 300 metros. Muitas das rotas de saída da capital argentina foram parcialmente bloqueadas, causando o cancelamento de diversas viagens no principal terminal de ônibus da cidade.
O Serviço Meteorológico informou ainda que prevalecerão os ventos de leve intensidade nos próximos dias, o que deve manter a baixa visibilidade da região.
Segundo o jornal argentino "El Clarín", Buenos Aires converteu-se em uma cidade literalmente sitiada pela fumaça. Nesta sexta-feira, o governo declarou situação de emergência e, pela primeira vez em quatro dias de escassa visibilidade, fechou os acessos à capital.
Especialistas consultados pela imprensa local asseguram que a contaminação provocou a "contaminação mais grave da história" de Buenos Aires, causando chuvas de cinzas nas regiões de Ezeiza e Pilar.
Os estoques de máscaras acabaram nas farmácias, relata o 'Clarín' e diante do grande aumento de casos de irritações oculares, de garganta e problemas respiratórios, o Ministério da Saúde mantém o alerta amarelo para os hospitais oftalmológicos, pediátricos e de reabilitação.
Em La Plata, capital da Província de Buenos Aires, as autoridades recomendaram aos moradores que não se locomovessem pela cidade a menos que fosse necessário.
(Folha online, com informações da EFE, 19/04/2008)