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rio gravataí peixes lago guaíba
2008-04-19
O Serviço de Emergência Ambiental da Fepam/RS identificou, na manhã de sábado (19/04), dois pontos do Rio Gravataí em que o teor de oxigênio (O2) dissolvido acusou zero miligramas por litro (0 mg/l). A bióloga Cleonice Kazmirczak, responsável pelo plantão da Fepam acrescentou que a média usual de oxigênio na água vinha sendo de 2 a 2,5 mg/l.

Segundo ela, desde terça-feira (15/04) a Fepam vem monitorando as condições de oxigênio no Gravataí, pois as chuvas registradas na semana passada carregaram expressiva carga de esgoto cloacal da zona norte de Porto Alegre, Viamão, Alvorada e parte de Canoas para o rio. Este material orgânico passou a ser degradado por microorganismos que consomem oxigênio, ocasionando a morte de peixes.

Os pontos com zero oxigênio foram identificados por análises de técnicos da Fepam próximo à foz do rio, na ponte da BR 116 entre Canoas e Porto Alegre, e no canal do DNOS (antigo Departamento Nacional de Obras contra Secas na Av. Castelo Branco/freeway). Um ponto intermediário, na foz do Rio Areia, em Porto Alegre, indicou 0,5 mg/l.

O alerta sobre a falta de oxigênio no rio começou na terça (15/04), quando foi detectada mortandade de peixes. Passaram a ser medidos os teores de O2 dissolvido nesses três pontos. Conforme a bióloga, as medições indicaram níveis de 1,5 a 0,6 mg/l. O valor considerado normal é de 6 mg/l, porém, usualmente, o Rio Gravataí tem apresentado uma taxa de 2,5 mg/l, o que é uma situação crônica devido à falta de tratamento de esgotos cloacais, especialmente nos municípios de Cachoeirinha e Gravataí.

“Isto aconteceu porque não chovia há muitos dias e, quando veio a chuva, praticamente lavou o esgoto”, explica a técnica. “Na quarta (16/04) e quinta-feira (17/04), tivemos inversão de correntes, o esgoto que havia entrado no rio desceu, o Guaíba permitiu a saída dessa água represada”, relata Cleonice. De acordo com ela, este contexto é crônico e vem se repetindo nos últimos três anos. “E a causa é mesmo o esgoto doméstico, e não industrial, no caso do Gravataí”, constata.

Mortandade
A bióloga informou nesta tarde (19/04) que não se sabe ainda a quantidade de peixes mortos, mas preliminarmente estima que pode ser mais de 20 mil. Com o efeito da chuva, “ocorreu o ingresso de um cardume de birus [Cyphocharax voga], possivelmente em busca de alimentos, o que agravou a falta de oxigênio, pois estes passaram a competir pelo oxigênio com a branquinha [outra espécie], residente no rio”, explicou. Ela esclareceu, porém, que a mortandade não é alarmante, estimando que dos birus, 5% foram constatados mortos. “Muitos conseguiram ultrapassar o ponto crítico ou retornar ao Guaíba”, disse.

Não há captação de água nos locais onde foram coletadas as amostras. Cleonice informou ainda que a Fepam fará novas coletas no domingo (20/04) e, dependendo dos resultados, este trabalho prosseguirá na segunda-feira (21/04), mesmo sendo feriado.

Apesar de não haver um alerta quanto ao abastecimento de água da população de Cachoeirinha e Gravataí, os resultados das medições mostram o nível crônico a que chegou o Rio Gravataí, vítima da falta de investimento dos municípios no tratamento de esgotos. “A Fepam não pode obrigar os municípios a fazer o tratamento de esgotos”, reconheceu a bióloga.

(Por Cláudia Viegas, AmbienteJÁ, 19/04/2008)

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