Até esta semana, a dengue parecia problema preocupante somente no Rio de Janeiro. Porém, a investigação de um caso em Porto Alegre, deixa em alerta o Estado
 
O coordenador da Vigilância Sanitária em Bagé, Sérgio Porto, diz que a pior fase já passou: o verão. “Agora, com a chegada do frio, as chances do mosquito proliferar é ainda menor”, explica ele. A equipe de oito técnicos da vigilância tem feito um controle acirrado, com trabalhos extras nos finais de semana, nos bairros da cidade.
São 210 armadilhas espalhadas em 42 pontos estratégicos de Bagé, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. A verificação, com coleta de material desses pontos, acontece de 15 em 15 dias e as visitas são semanais.

A conscientização da população é feita por panfletagem na periferia da cidade, explicando detalhes básicos que podem evitar o aparecimento do mosquito em Bagé. Porto explica também que a divulgação de que um militar poderia estar com o vírus, o que mais tarde não foi confirmado, não chegou a preocupar as autoridades, já que mesmo que ele estivesse doente a contaminação teria sido no Rio de Janeiro, local de origem do sargento, e não em Bagé. “A dengue só pode ser transmitida pelo mosquito. Se fosse confirmada a contaminação dele, não haveria motivo de alarde, porque a pessoa contaminada não passa para outras pessoas. E o mosquito continua inexistente em Bagé”, comenta.

Porto ressalta ainda que o trabalho de prevenção é feito desde 2003, por meio de determinação de um programa federal. Este foi o último ano em que Bagé registrou a existência da larva do mosquito transmissor. “É um trabalho contínuo”, argumenta. O coordenador aproveita a discussão sobre o tema para lembrar que é importante que piscinas particulares e de clubes sejam cuidadas. “A água não pode ficar de sete a 10 dias parada”, explica, justamente no momento em que muitas residências ficam com as piscinas abandonadas pela falta de uso.

Recolhimento
Desde a última segunda-feira, um caminhão contratado pela prefeitura está recolhendo pneus em borracharias e terrenos baldios da cidade. Até ontem, mais de 500 pneus velhos já haviam sido recolhidos. “Os pneus são colocados no Ecoponto, no aterro sanitário, e quando somarem número maior da 2,5 mil serão levados por uma empresa especializada de São Paulo. Esse trabalho vai ser feito de dois em dois meses”, explica Porto. 

(Por Maritza Paiva Costa, Jornal Minuano, 18/04/2008)